Quase 400 mulheres denunciaram violência doméstica em Pelotas
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Quase 400 mulheres denunciaram violência doméstica em Pelotas

No Rio Grande do Sul, as chamadas para o Disque Denúncia 180 aumentaram 23,5%

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Atualizado sábado,
31 de Agosto de 2024 às 15:03

Quase 400 mulheres denunciaram violência doméstica em Pelotas
No Brasil, a procura canal de atendimento aumento 33,5%. (Foto: Jô Folha)

Ao ligar para o canal de atendimento Ligue 180, a indicação é que a qualquer momento a solicitante pode teclar o 9 para falar com uma das atendentes. A sensação de segurança ao saber que está sendo ouvida por alguém pode ser um dos motivos do aumento em 33,5% das chamadas para o Disque Denúncia em todo o país até julho deste ano, com 84,3 mil denúncias.

Desse total, 4,1 mil são ligações gaúchas, um aumento de 23,5% de registros em relação ao mesmo período do ano passado. Em Pelotas, até quarta-feira (28), 394 denúncias de violência doméstica chegaram até à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam).

De acordo com os dados do Ministério das Mulheres, ainda no Estado, entre as denúncias realizadas, 2.432 foram apresentadas pela própria vítima, enquanto em 1.696 o denunciante foi uma terceira pessoa. A casa da vítima ainda é o cenário onde mais situações de violência são registradas. No Rio Grande do Sul, 1.857 denúncias tinham este contexto.

Estabilidade

Para a titular da Deam, Márcia Chiviacowsky, embora a ferramenta seja muito importante, não impacta no número dos indicadores. “Nem toda denúncia vira Boletim de Ocorrência. Às vezes a vítima não quer fazer nada, já resolveu a situação, ou o que foi denunciado não procede. Muitas delas fazem a denúncia e fazem o registro também. Neste caso, juntamos os dois para a investigação única”, esclareceu.

Mas é a partir do 180 que a delegada observa o perfil das vítimas. Muitas vezes, elas têm medo ou vergonha de ir até à Delegacia de Polícia fazer o registro e acabam fazendo uma denúncia. “Outras vezes, a família ou os vizinhos que não querem se identificar, ligam para o 180 para a Deam apurar o fato.” Márcia reforça que a rede de proteção faz toda a diferença para as mulheres vítimas da violência doméstica.

Aprimoramento

Com a campanha do Ministério das Mulheres – “Feminicídio Zero: Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada”, o propósito de perceber as situações de violência contra a mulher, bem como de enfrentá-las e interrompê-las, para que não existam atos extremos de violência baseada em gênero, como o feminicídio.

Mais atualizado e com maior leque de esclarecimento às vítimas, o 180 passa a atuar de forma totalmente independente à Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos. De acordo com o Ministério das Mulheres, a mudança retoma o Ligue 180 como um serviço de utilidade pública essencial ao enfrentamento à violência contra mulheres. A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana.

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