Após dois meses seguidos de cortes de empregos formais em Pelotas, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de julho registraram saldo positivo na ocupação de vagas. Em Rio Grande, é o segundo mês consecutivo em que o número de admissões supera os de desligamentos.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, o aumento de pessoas com carteira assinada nas duas cidades foi de 200% e 39%, respectivamente. Já no acumulado dos sete meses, Rio Grande registrou um estoque quase três vezes superior de empregos.
Em Pelotas, 358 empregos foram criados no último mês, puxados principalmente pelo comércio, serviços e construção. A maior recuperação em comparação a junho, foi no setor de serviços, que havia registrado saldo negativo de 117 vagas. Já em Rio Grande foram 351 vagas ocupadas em julho, também em grande parte relacionadas aos serviços. No município, nenhum dos cinco setores avaliados apresentou variação negativa.
Para o economista da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), Eduardo Tillmann, os resultados demonstram a consolidação da melhoria no cenário empregatício com o início da superação dos impactos das enchentes.
A influência da Indústria e do Serviço no estoque
Nos primeiros sete meses de 2024, foram 579 vagas ocupadas em Pelotas, já Rio Grande teve mais do que o dobro da cidade vizinha, com 1,342 mil empregos criados. Conforme o economista, o desempenho superior da indústria no município é um fator relevante para o cenário.
Indústria
Em Rio Grande, o acumulado de vagas nesse setor foi de 405, um crescimento de 5,2% em relação a 2023. Enquanto em Pelotas, na indústria houve mais vagas fechadas, -165, do que preenchidas, o que em comparação ao ano passado representa uma diminuição de 2,1%.
Serviços
Apesar da importância da indústria, para o economista, o setor de serviços é o principal responsável pelo avanço no estoque de empregos de Rio Grande. Mesmo sendo o carro chefe da movimentação de ocupações nas duas cidades, na noiva do mar, foram 1.288 mil carteiras assinadas e em Pelotas apenas 465. “O crescimento neste setor em Rio Grande foi de 6.3% e em Pelotas foi de apenas 1.4%”, compara.
A realidade dos números
Uma das pessoas que faz parte dos números de Pelotas no setor de serviços é a Ana Paula Silveira, 26 anos. Após cinco meses desempregada e entrega de dezenas de currículos, ela foi contratada em uma ótica que abriu recentemente no Centro. “Fiz até cursos para melhorar o currículo, antes eu trabalhava de caixa, agora estou muito feliz”. De acordo com a proprietária do empreendimento, Daiane Campos, três pessoas foram empregadas com a abertura da ótica.