A prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) justificou o pedido de financiamento de R$ 60 milhões autorizado pelos vereadores de Pelotas nesta semana. Ela sustenta que os recursos vão garantir a construção do dique do Laranjal e a conclusão de obras já em andamento. Ela argumenta ainda que os valores ficarão para o próximo prefeito.
No caso do dique do Laranjal, a prefeitura já encaminhou projeto para o governo federal. No entanto, ainda não houve uma confirmação. “Se não vier os recursos, vamos ficar de braços cruzados esperando? Não, Pelotas é um dos poucos municípios gaúchos que têm condições de, se não vier recursos federais, licitar e sair fazendo uma obra que não dá pra esperar, a gente não sabe quando vai enfrentar a próxima cheia”, afirma.
Caso o governo federal encaminhe recursos para a obra no Laranjal, a prefeita defende que os recursos do empréstimo poderão ser aplicados em outras obras que já têm projetos, mas não possuem recursos. “Se a gente receber recursos do governo federal pro dique, a gente tem condições de licitar no outro dia a requalificação da Adolfo Fetter”, exemplificou.
Mudança de planos
Segundo ela, a ideia original de solicitar um empréstimo de R$ 35 milhões era garantir recursos para finalizar a restauração do Theatro Sete de Abril e dar início ao restauro do antigo prédio do Banco do Brasil. Mas, diante das enchentes de maio, o valor foi ampliado para abranger obras de infraestrutura e resiliência a eventos climáticos.
No caso do Sete de Abril, faltam cerca de R$ 2 milhões para a aquisição de equipamentos. Entre as outras obras que terão recursos garantidos até a conclusão com o empréstimo, a prefeita cita o restauro do Parque da Baronesa e a requalificação das avenidas Cidade de Lisboa, Ferreira Viana, Francisco Caruccio e Fernando Osório. “Talvez não precise, mas se precisar, a gente tem esses recursos”, disse.
Durante as discussões na câmara, vereadores da oposição acusaram o pedido do empréstimo de ser uma medida eleitoreira. A prefeita defende que os recursos provavelmente não serão depositados antes das eleições e irão beneficiar a próxima gestão. “Não tem nada a ver com eleições, tem a ver com o futuro de Pelotas. A gente vai ter a garantia de que nenhuma obra pare, que o próximo prefeito entre jogando, e eu não sei quem é que vai ser”, afirma.