Região trabalha para o fortalecimento da avicultura
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quarta-Feira18 de Setembro de 2024

Criação de aves

Região trabalha para o fortalecimento da avicultura

Mesmo com queda de produção nos últimos anos, granjas coloniais seguem com sistemas de abatedouros e postura de ovos

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Região trabalha para o fortalecimento da avicultura
Empreendedores da região apostam no modelo colonial de criação aviária. (Foto: Divulgação)

Nesta quarta-feira (28) é comemorado o Dia Nacional da Avicultura, data que homenageia principalmente os criadores de um dos setores mais representativos no que diz respeito à cadeia produtiva de alimentos no país. O avicultor garante a pujança do segmento e o fornecimento de alimentos de qualidade que chegam à mesa.

A Zona Sul já foi uma grande referência na criação de aves para abate, em especial quando o aviário da Cosulati, em Morro Redondo, permanecia ativo. O espaço suspendeu as operações em 2016 e provocou uma redução significativa da movimentação no setor. Mesmo assim, a região segue repleta de empreendimentos familiares que estão funcionando, mas em menor escala comparado ao que era produzido no sistema integrado antes de ser desarticulado.

O supervisor da Emater Regional Pelotas, Luiz Ignácio Jacques, confirma que a criação da avicultura industrial diminuiu na região após o fechamento da empresa, praticamente extinguindo-se. A reinvenção se deu com as granjas de proposta colonial, adaptadas a propriedades menores, com abatedouros ou produção de ovos.

“A gente vem trabalhando, em um esforço conjunto com a Embrapa e outras entidades parceiras. Temos capacitações dos cursos da avicultura colonial no Centro de Treinamento de Pinheiro Machado focado na avicultura colonial como opção de renda para muitas famílias”, cita Jacques.

Adaptação

Com o encerramento das atividades industriais, alguns produtores adaptaram o que tinham para seguir com a produção própria. “Um produtor de Canguçu aproveitou a estrutura que tinha construído em função da parceria com a Cosulati e segue aproveitando na criação de frangos para o abate”, exemplifica Jacques.

O representante do grupo de criadores de aves livres, Telmo Lena, considera a Zona Sul pouco próspera para grandes conglomerados industriais avícolas. “Era um abatedouro pequeno [da Cosulati], não uma grande referência. O máximo que abateu por dia foram 28 mil aves. A gente tem abatedouros no Vale do Taquari que abatem 200 mil frangos por dia”, justifica.

Entreposto e incentivo

O veterinário Fabrício Delgado, 53 anos, é proprietário de um entreposto em Pelotas. A empresa recebe ovos de três produtores integrados, classifica e, em seguida, embala. Apesar do alto custo de insumos e de produção, ele cultiva boas expectativas em relação à carne de frango e ovos, pela adequação dos preços dos grãos. Porém, insiste que a constituição de uma região produtora depende de fatores como incentivo e valorização local, linhas de crédito adequadas e apoio financeiro e profissional.

“Parte do incentivo de produzir insumos que possam suprir a necessidade energética (milho ou sorgo) já que a demanda proteica evoluiu muito com as áreas de soja. Outro ponto é ter apoio, trazer vocacionalização em produzir. A avicultura necessita de escala e tecnificação. Apoio por parte institucional em trazer recursos, auxiliar no desenvolvimento, orientar a comunidade que envolve o setor produtivo”, aponta Delgado.

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