“A intenção é as pessoas enxergarem Pelotas com outros olhos”
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Sexta-Feira20 de Setembro de 2024

Abre aspas

“A intenção é as pessoas enxergarem Pelotas com outros olhos”

Nikolas Corrêa investiga a história e curiosidades que envolvem os prédios históricos de Pelotas

Por

“A intenção é as pessoas enxergarem Pelotas com outros olhos”
Nikolas Corrêa, 30 anos, fundou os projetos Pelotas Antiga e Pelotas Mal-Assombrada. (Foto: João Pedro Goulart)

Fundador dos projetos Pelotas Antiga e Pelotas Mal-Assombrada, no Instagram, Nikolas Corrêa, 30 anos, é um estudante de mestrado na área da linguística na UFPel, que também investiga a história e curiosidades que envolvem os prédios mais históricos da cidade.

O que te inspirou a começar a fazer esse trabalho?

Acho que o mistério dos casarões. A nossa cidade tem muito essa pompa do século 19, inclusive é uma das cidades do Estado que mais tem prédios ainda em pé. E sempre teve esse mistério. Essas paredes escondem histórias que não são contadas. Foi isso que impulsionou o Pelotas Antiga. Essa curiosidade. Se tu vai ver, está com mais de 200 posts. Isso sempre me trouxe muita curiosidade desde criança. Mas as histórias não se contam sozinhas. O primeiro prédio que fiz acho que foi aquele onde era a antiga sede do Banco do Brasil, na diagonal da prefeitura, que está abandonado. Meu prédio favorito de Pelotas.

E como é que funciona essa parte da curadoria?

Primeiro são os estudos que levam ao prédio. Leio muitos artigos, livros sobre Pelotas. Tem o blog do Adão Monquelat, que está ativo até hoje, embora tenha falecido. Fico catalogando muita coisa. Eu estava lendo sobre o Carnaval do Redondo, que acontecia no meio da praça Coronel Pedro Osório. Aí tu começa, ‘eu preciso saber mais disso’. Tentar procurar foto. Acho uma charge do jornal de mil novecentos e pouco. Preciso de uma foto antiga que seja mais ou menos a recriação dessa charge. Sempre parto do conteúdo para a foto. Claro, tem prédios como o Conservatório de Música. Esses dias eu estava analisando duas fotos e vi que tem uma janela que foi colocada ali que não é a original do prédio. É tipo uma basculante. Então, meu trabalho é baseado em artigos, matérias de jornal, os almanaques de Pelotas, que se perderam na década de 30. Eu gosto muito de ler textos antigos.

Como é que você vê o impacto no resgate do afeto das pessoas por Pelotas?

Acho que a maior intenção é as pessoas enxergarem Pelotas com outros olhos. Desde o princípio a gente sempre pensou muito nisso. Vamos tentar redesenhar Pelotas, revalorizar ela. Tem o trabalho da professora Suka, que é genial, maravilhoso. Trazer uma outra Pelotas, não só dos barões, mas também do povo. Fazer com que tu te sinta pertencente a essa cidade em que tu mora, em que tu nasceu. No início do ano passado, a gente fez um passeio pelo Pelotas Antiga, saindo das charqueadas e chegando pelo centro a pé. Foram 14 quilômetros com um grupo de trilhas. Foi muito legal porque as pessoas não sabiam das histórias, dos caminhos. A gente consegue mudar um pouco a visão que as pessoas têm da cidade.

Acompanhe
nossas
redes sociais