As primeiras turmas a se formar no final do ano no Novo Ensino Médio serão as únicas. Após a sanção do governo federal no início do mês, a nova legislação sobre o tema passa a vigorar em 2025 e altera novamente o formato do ensino, com aumento da carga horária das disciplinas básicas e redução dos itinerários formativos.
Para quem vivenciou os três anos de estudo e pretende fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e ingressar em uma universidade, a notícia agrada. A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) diz que já vinha adaptando o programa conforme os resultados do “Escuta Ativa” que este ano ainda está em curso.
O subsecretário de Desenvolvimento da Educação da (Seduc), Marcelo Jerônimo Rodrigues Araújo, diz que desde a implementação do Ensino Médio Gaúcho, o modelo passou por ajuste, sendo um deles priorizar a quantidade de itinerários, passando de 24 para dez, e o aumento da carga horária de disciplinas exigidas no Enem.
Alunos aprovam mudanças
Lucas Ferreira da Rosa, 18, está no terceiro ano do Ensino Médio pela Escola Estadual Monsenhor Queiroz e celebra a mudança, embora não possa aproveitá-la. Para conseguir uma vaga em Administração na UFPel, ele tenta reforçar os conteúdos básicos não aprofundados em sala de aula. “Os três primeiros meses do segundo ano foram bastante difíceis. Os professores não tinham a formação necessária para nos passar o conteúdo proposto. Além disso, fizeram propaganda de que poderíamos optar, sendo que acabou virando alternativa com a oferta de três itinerários formativos, o que na minha opinião não agrega em nada”, conta.
Contraponto
Diferentemente do pensamento do estudante, o subdiretor Araújo comenta que por meio do programa Escuta Ativa alunos demonstraram bastante interesse pelas trilhas, tanto que elas não serão extintas, apenas terão carga horária reduzida. “Esse novo formato é passível de ajustes e em 2025 a expectativa é ofertar adequadamente uma proposta de educação mais aderente à realidade gaúcha”, explica.
O que muda
A carga horária da formação geral básica prevista no projeto original, de 1,8 mil passa para 2,4 mil horas (somados os três anos do Ensino Médio) para alunos que não optarem pelo ensino técnico. Para completar a carga total nos três anos, os alunos terão de escolher uma área para aprofundar os estudos com as demais 600 horas.
