O Vital de Oliveira, navio de Pesquisa Hidroceanográfico (NPqHo) mais moderno da Marinha, atracou no Porto de Rio Grande na manhã de quinta-feira (22) para a realização de trabalhos científicos de apoio à retomada da navegabilidade na região após a enchente. Com uma tripulação de 90 militares especializados em diversas áreas, a embarcação permanecerá no cais até o dia 28. A expectativa é que o trabalho hidrográfico contribua para o restabelecimento das rotas seguras aos navegantes.
O navio registrará a situação do balizamento, do contorno de costa, dos pontos notáveis, dos atracadouros, das estações maregráficas e a existência de possíveis perigos à navegação. Informações necessárias ao planejamento da sondagem batimétrica do canal principal entre Rio Grande e Porto Alegre, que será feita posteriormente, pelo Navio
Hidroceanográfico Amorim do Valle, de menor porte e apto à continuidade das atividades.
“Nós vamos verificar e compilar informações importantes para poder planejar a sondagem batimétrica do canal principal desde Porto Alegre, passando por Pelotas até Rio Grande. Tudo isso vai contribuir para a retomada da navegação plena na região e gerar impactos positivos para a economia do Estado”, diz o capitão da Fragata, Leandro Novaes.
Operações múltiplas
As operações serão divididas em três áreas: em Porto Alegre, na região da Lagoa dos Patos e em Rio Grande, com várias equipes do navio em atuação. São militares especialistas em hidrografia, oceanografia, meteorologia e navegação. “Tudo para abreviar essa coleta de informações porque pelo tempo padrão seriam pelo menos 15 dias”, explica o comandante.
O navio Vital de Oliveira é composto por vários laboratórios e uma série de equipamentos de pesquisa capazes de rastrear dados da atmosfera, da superfície do mar, do solo e do subsolo marinho. “Ou seja, uma ampla gama de informações para a comunidade científica e também para a Marinha”, complementa.
Dragagem
De acordo com o presidente da Portos RS, Cristiano Klinger, para a realização do desassoreamento é necessária a divisão entre Rio Grande e hidrovia como um todo. A execução da dragagem será efetuada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte e Trânsito (Dnit).
“A partir disso, será possível fazer a volumetria e fechar os orçamentos para poder fazer a contratação da obra. Com relação à hidrovia, o Dnit teve a publicação do crédito para assinatura do contrato de batimetria que já está ocorrendo”, afirma Klinger.
Após o levantamento batimétrico vem a etapa da dragagem. Conforme Klinger, há alguns pontos da hidrovia que são essenciais que aconteça uma dragagem emergencial para a manutenção da navegação, como o Canal do Furadinho, Pedras Brancas e Feitoria, por exemplo.