Famílias ainda vivem em cenário de enchente

Cem dias depois

Famílias ainda vivem em cenário de enchente

No Pontal da Barra e na Colônia Z-3 famílias convivem com a falta de móveis, sujeira e umidade, cenário deixado pela cheia de maio

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Famílias ainda vivem em cenário de enchente
Moradores ainda estão longe de voltar à normalidade. (Foto: Jô Folha)

Do trapiche e das peixarias destruídas, aos moradores que ainda limpam a lama e a sujeira acumulada dentro das casas. Cem dias após o primeiro aviso para a evacuação do Laranjal e da Colônia Z-3, os dois bairros ainda estão distantes da normalidade anterior à enchente.

De acordo com levantamento da Secretaria de Assistência Social, no município, mais de 300 famílias necessitam de auxílio para mobiliar ou reconstruir os imóveis, a maioria das localidades à beira da Lagoa dos Patos.

No dia 7 de maio, a prefeitura de Pelotas divulgava o primeiro mapa de áreas de risco para inundações. Recentemente, mais de 4,2 mil famílias tiveram o auxílio reconstrução aprovado, número que representa a quantidade de pessoas atingidas de alguma forma pela enchente.

Comunidades de pescadores, o Pontal da Barra, no Laranjal e a Colônia Z-3 são as regiões mais afetadas pelas forças das águas e com maior desafio pela frente.

Laranjal

No Pontal da Barra, são casas parcialmente e até totalmente destruídas. Um desses lares é do casal Ereno, 63 anos, e Elaine Kiesow, 49, que ainda estão no processo de limpeza e retirada de entulhos da residência. “É bem cansativo e nem é o físico, o pior é o emocional. As pessoas dizem que são só coisas, mas são a tua história, tuas lembranças, teus bens”, desabafa Elaine.

Dentro da casa, a lama ainda está incrustada no chão, nos móveis que sobraram e, inclusive, nas roupas, que têm que ser lavadas várias vezes. O cenário é resultado da água parada nos cômodos por mais de 30 dias.

Além da residência, a peixaria deles ao lado também foi atingida. “E recém estávamos reiniciando depois da outra enchente”, conta Elaine sobre as chuvas que deixaram o Pontal isolado por mais de 30 dias no ano passado. Sem perspectiva de quando retornará à normalidade da vida e o conforto no lar, a pescadora ressalta que o importante “é ser forte”.

Colônia Z-3

Assim como no Laranjal as consequências da enchente são vistas no trapiche desmanchado, na entrada da Colônia Z-3, os danos da maior cheia registrada estão estampados nas tradicionais peixarias destruídas.

No Cedrinho, um dos pontos em que a água alcançou o nível mais alto, os dias de sol são para colocar colchões, roupas e outros itens de tecido para secar.

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