O viaduto do quilômetro 521 da BR-116, próximo à avenida 25 de julho, segue sem previsão de liberação após queda de material do muro no final de semana. Ainda não há prazo para viabilizar o conserto.
Enquanto isso, o tráfego continuará sendo desviado para as vias marginais. É pelo menos a terceira vez que acontece desmoronamento em trechos do contorno de Pelotas, entregue reformado e duplicado pelo governo federal em 2022.
O professor da Universidade Federal de Rio Grande (Furg), Diego Fagundes, que atua em obras de terra e fundações, explica que a fuga do material é uma erosão interna, que está relacionada a problemas no sistema de drenagem e os filtros projetados para “prender” o solo fino do aterro, o que permite que apenas a água acumulada pela chuva passe.
“Caso as partículas de aterro sejam carregadas pela água, são formados vazios, que podem levar à ruptura das estruturas, no caso a pista, mureta e face de contenção”, define o professor. “As soluções mais comuns para filtros são a escolha de materiais com granulometria (tamanhos de grãos) projetados para barra o transporte do solo fino pela água que irá ser drenada do interior do aterro”, sugere.
Risco de ruptura maior
Fagundes destaca que se a solução não for rápida e eficaz, o risco de uma ruptura no muro de contenção pode ser alto. “Quando a água encontra um caminho de percolação, se forma uma superfície de fraqueza no aterro, que pode gerar uma ruptura generalizada da estrutura”, justifica.
Prevenção
Considerando que este não foi o primeiro acidente nas estruturas de contenção e aterros de encontro de ponte ao longo do trecho duplicado da rodovia, o professor recomenda que sejam feitas mais inspeções rotineiras desses pontos a fim de prevenir novos acontecimentos do gênero.
Outros casos
Em pelo menos dois momentos, parte do concreto armado da parede lateral de encostas próximas à avenida Cidade de Lisboa também cederam, ainda em 2022.
O que diz a Ecosul
Em nota, a Ecosul, concessionária responsável pelo trecho, afirma que, ainda no sábado (10), um engenheiro geotécnico especialista nesse tipo de obra analisou a queda da barreira e da parte superior do muro.
O consultor, que continua na cidade acompanhando o processo de execução das obras, avaliou o local para definir a melhor solução para o conserto. O especialista já atestou que não há risco à estrutura.
Conforme nota, novas informações sobre prazos e a liberação do trecho serão emitidas assim que possível.