A televisão está afastando o público dos cinemas? Essa pergunta levantava acalorados debates no país, na década de 1970. Em 74 o assunto foi abordado na matéria TV é o maior problema para os cinemas de Pelotas, publicada no Diário Popular. A reportagem trazia a opinião de pessoas da comunidade e de proprietários e gerentes de cinemas.
O gerente dos cinemas Pelotense, Tabajara e América atribuiu o baixo público ao número excessivo de estabelecimentos desse tipo no município. “Se Copacabana com a população flutuante que possui, conta com 11 cinemas, Pelotas não pode dispor do mesmo número.
Os exibidores também qualificaram como fraca a qualidade dos lançamentos daquele ano, o que ajudava a espantar o público. A obrigação de passar filmes nacionais também não agradava.
A opinião dos consumidores entrevistados aprovava os filmes brasileiros, mas concordavam que a programação estava fraca. Os clientes ainda pediam melhores condições técnicas, como climatização e valores de ingressos mais acessíveis.
Na época, três salas tinham sido fechadas na sequência: Garibaldi, Esmeralda e São Rafael. As duas do Areal (Ideal e Esmeralda) também foram aposentadas. Sobreviviam a duras penas o cinema Apollo, de 1925. O cineteatro, que cobria as zonas do Porto e Várzea, ficava na rua Félix da Cunha esquina Gomes Carneiro. Havia um outro ainda no Fragata.
Mas para o público da zona norte havia uma boa notícia: a nova sala Tupy, no bairro Santa Terezinha, mas que projetava em 16 milímetros e tinha apenas três sessões semanais. A cidade ainda contava com exibições nos teatros Avenida, Sete de Abril e Guarany.
Atualmente o município tem cinco salas comerciais de cinema no Shopping Pelotas e quatro no centro comercial Shopping Calçadão.
Fonte: jornal Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense
