Depois de 37 dias esperando respostas ou mesmo alguma intervenção na estrada e nas moradias de quem foi atingido pela enchente de maio no Pontal da Barra, pescadores foram até a prefeitura na manhã desta terça-feira (6). Os moradores prometiam acampar caso não fossem recebidos pela prefeita Paula Mascarenhas (PSDB). O protesto, no entanto, foi encerrado no final da manhã, após a confirmação de uma audiência às 16h30min de quarta-feira com a chefe do Executivo.
A angústia de estar à espera de melhorias no lar que foi danificado pela cheia da Lagoa, e até mesmo o difícil acesso à Barra, exaltou os ânimos de alguns moradores, que dizem não confiar mais nas palavras, apenas em documentos do governo.
Durante as primeiras tratativas no saguão do paço municipal, a chefe de Gabinete, Kelli Schaefer, a coordenadora de transparência e controle interno, Tavane de Moraes Krause, e a secretária de serviços Urbanos e Infraestrutura, Lucia Helena Silveira Amaro, tentaram, por algumas vezes, explicar o andamento dos processos e quais projetos já foram encaminhados. As frequentes interrupções eram de dúvidas de quem olha para o material de trabalho parado na comunidade e não tem a sua casa recuperada.
“Ontem (segunda-feira) teve um pessoal lá para verificar o que precisa, mas ninguém esteve na minha casa para olhar o que está quebrado, o que está caído. Não explicam sobre aluguel social. Eu voltei para casa mesmo sem condições, pois fecharam os abrigos. Então, queremos o número do protocolo do que foi prometido”, diz Célia Carvalho, 42, pescadora e estudante de gestão ambiental.
Com as reivindicações em mãos, a porta-voz do grupo, Luciane Fonseca, disse que todas as tratativas do dia serão feitas no local. “Vocês (governo) não cumpriram com coisas que estavam acessíveis.” O diálogo conseguiu evoluir para um reunião que durou cerca de duas horas. Com a colocação de questões gerais e pontuais de alguns pescadores, ficou definido um novo encontro, com a presença da prefeita Paula, no mesmo local, a partir das 16h30min. Antes disse, uma equipe vai conferir os dados cadastrais de quem conta Gov.br e entender porque o auxílio reconstrução não foi aceiro.
Realocação
Além da falta de perspectivas sobre a reconstrução das casas, a realocação de um dique e a melhoria na estrada (que está com excesso de areia e só passa um veículo), também estão na pauta que inclui mais transparência nas ações do governo municipal.
Sobre o acesso ao Pontal, a secretária Lúcia adiantou que uma equipe ainda nesta terça irá fazer a remoção da areia que está em volume.
Para a estrada provisória, que foi solicitada a extensão até as casas, a prefeitura adiantou que está finalizando o projeto para fazer o cadastro e assim solicitar recursos, orçado em R$ 800 mil, conforme adiantou a chefe de gabinete. Sobre o material para reformas, Kelli explicou que os pedidos foram feitos aos fornecedores e que até o final da semana devem ser entregues.