A maratona de atividades e de compromissos das tituladas da 30ª Fenadoce de Pelotas está chegando ao fim. Na bagagem, histórias e experiências que Juliana Bast, Letícia Aguilera e Maria Eduarda Dode vão levar para a vida. Responsáveis por divulgar a edição que relembra todas as outras Feiras Nacional do Doce e, agregada ao momento de reconstrução do Estado depois da enchente, as palavras que resumem o reinado é honra e gratidão.
Os preparativos das baronesas, que vestem um traje em veludo com bordados e lindos adornos, requerem tempo e um bom preparo físico, uma vez que o público as espera para muitas fotos e selfies na réplica do Solar da Baronesa, que fica dentro dos Pavilhões da Fenadoce. A edição vai deixar saudades, e as tituladas já guardam na caixinha de memórias todos os momentos que passaram e o legado que irão deixar para as próximas cortes.
Quando vocês nasceram a Fenadoce já existia. Alguém imaginava fazer parte da corte um dia?
Juliana Bast: Eu jamais imaginava ser algo que sempre admirei. Achava tudo muito mágico. Assim como as crianças que estão aqui hoje para nos ver e nos abraçar, eu era exatamente assim com elas. Sempre gostei muito da Fenadoce, desde quando minha mãe me trazia. Então pensava que ser uma princesa ou rainha, agora baronesa, era algo irreal. A ideia de ser uma baronesa, para mim, era algo muito grandioso, e conseguir estar aqui é maravilhoso.
Vocês precisaram se preparar para concorrer à corte. A partir do reinado, o que mais vocês aprenderam?
Letícia Aguilera: O tamanho da feira e a representatividade que ela tem. Nós estudamos sobre a história de Pelotas, a tradição doceira e da própria Fenadoce, mas não se imagina ou se tem noção da dimensão que o evento tem fora das fronteiras de Pelotas. Depois de ganhar o concurso, iniciar os preparativos e as viagens para a divulgação, tivemos a ideia da importância da Fenadoce pelo tempo que ela é realizada e pela sua tradição. Nesse período de quase um ano, eu aprendi a honrar a feira.
Pelotas recebeu a outorga de Capital Nacional do Doce. Para vocês, aumentou a responsabilidade por serem as embaixadoras baronesas da feira?
Maria Eduarda Dode: Com certeza. Não foi de uma hora para outra [a outorga], a cidade vem batalhando pelo reconhecimento e são muitas pessoas trabalhando para essa condição. A divulgação real de Capital Nacional do Doce agregou muito, pois é impressionante o peso e a importância que traz para a cidade.
O que o público costuma perguntar para vocês?
Letícia: Perguntam bastante sobre a baronesa, pois como estamos na réplica do solar, cria maior expectativa aos visitantes a existência real da pessoa. Falamos sobre os barões e como eles conquistaram esses títulos no século 19. Fizemos todo um resgate histórico das charqueadas e o público fica encantado pela elegância dos trajes.
Juliana: Explicamos ainda sobre a diferença entre a titulação da corte, que até três anos atrás era uma rainha e duas princesas. Com o título de baronesas fica mais fácil, pois elas existiram e as pessoas recém estão entendendo por causa da história de Pelotas e seus casarões, o que fomenta o turismo da cidade. Também falamos da história do charque, as coisa boas e as ruins (refere-se a escravidão).
O baronato de vocês vai deixar saudades?
Maria Eduarda: Estamos nos últimos dias e a sensação é de saudades. Na primeira semana tivemos uma agenda cheia com muitas visitas e entrevistas, além de receber o público que veio nos abraçar, especialmente para tirar fotos.