Mais de 40 anos a serviço do doce de Pelotas

Memórias

Mais de 40 anos a serviço do doce de Pelotas

Doceiras da Cooperativa fizeram o evento

Por

Mais de 40 anos a serviço do doce de Pelotas
Primeira sede da Cooperativa foi na antiga confeitaria Nogueira (Foto: Reprodução)

Integrante da primeira Festa Nacional do Doce, hoje chamada de Feira Nacional do Doce (Fenadoce), a Cooperativa das Doceiras de Pelotas (Coodopel) tem uma história pioneira que chega aos 42 anos. A presidente da entidade, Ligia Henriques, conta que a iniciativa surgiu a partir de um convite da prefeitura. 

Na época Lígia fazia cursos de doces pelo Sesc, mas não pensava em se profissionalizar. A turma de participantes do curso foi convidada a participar de uma reunião. No encontro foram informadas de que a família que geria a confeitaria Nogueira (1899-1981) estava se retirando do comércio. A ideia era manter os funcionários e trazer novas doceiras, todos trabalhando em forma de cooperativa. Para entenderem do que se tratava a proposta foram organizados cursos de empreendedorismo e cooperativismo. “Nós éramos todas soltas e entrou muita gente que não tinha”, relembra.

Os primeiros anos na extinta confeitaria Nogueira foram tempos de adaptação e aprendizado. “Éramos 115 e foi muito difícil controlar todo esse povo, algumas tinham pouco conhecimento de doce para poder se acertar e todos ganharem. Não foi fácil”, relembra. 

A cooperativa comprava todo o material e os cooperativados faziam os doces e salgados vendidos na antiga confeitaria. Alguns foram saindo, por causa da exigência em fazer doces de qualidade. Pouco mais de dois anos depois, os proprietários pediram o prédio, obrigando a mudança. Posteriormente, a cooperativa foi transferida para outro imóvel da Félix da Cunha, próximo ao Instituto São Benedito. Porém esse endereço não era propício às vendas.

Foi quando os cooperativados tiveram a ideia de virem para o centro vender os doces em uma espécie de feira. O que aconteceu por algum tempo no calçadão da 15 de Novembro, entre Sete de Setembro e Floriano. Surgiu, então, o projeto de uma rua do doce, que começou experimentalmente no calçadão da Sete de Setembro.

Enquanto a Cooperativa itinerava pelo centro, começa a ser feito o inventário do doce pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “A cooperativa ajudou muito. Por oito anos nós trabalhamos com eles. Foi aí que surgiu Capital do Doce”, relembra Lígia.

Atualmente a Cooperativa, que abriga pouco mais de 50 doceiras, tem um quiosque na Rua do Doce, na Sete de Setembro. Dos doces que as cooperadas faziam, alguns não são mais feitos, como o papo-de-anjo, que segundo Lígia, não é mais pedido pelos clientes. Os bolos e as tortas de frutas também não são mais do gosto do público, que preferem as delícias feitas com leite condensado, por exemplo. Independentemente das mudanças, as cooperadas se orgulham da entidade, que foi fundamental para que os doces pelotenses se tornassem patrimônio nacional. “Quem abriu a caminhada foi a Cooperativa”, diz a presidente da entidade. 

Acompanhe
nossas
redes sociais