A edição de 30 de julho de 1924 do Diário Popular repercutiu a morte do general italiano Ricciotti Garibaldi, quarto filho do casal de revolucionários Ana Maria de Jesus Ribeiro (Anita) e Giuseppe Garibaldi. Ricciotti Garibaldi morreu em Roma, aos 77 anos, em 17 de julho de 1924.
“O famoso general italiano que acaba de morrer, Ricciotti Garibaldi filho do grande ‘condottiere’ que se bateu por todos os povos oprimidos, libertou a sua pátria e deu à história da nossa epopeia de 1835 algumas das suas mais belas páginas de glória – soube corresponder com brilho a essa heroica tradição”, descrevia o jornal.
Ricciotti nasceu em Montevidéu em 1847, sete anos depois do irmão Menotti Garibaldi (1840) nascido em Mostardas. No Uruguai ainda nasceram as filhas do casal: Rosa (1843) e Teresa (1845). Ricciotti ainda foi deputado pela circunscrição de Roma, de 1887 a 1890, seguindo os passos do pai e do irmão.
Igual ao pai, foi militar e lutou nas batalhas de Bezzecca (1866) e Mentana (1867) e na guerra franco-prussiana. Também combateu pela Grécia, em 1897, liderando os camisas vermelhas, contra o império Otomano.
É curioso observar que a publicação traça um perfil destemido e corajoso de Ricciotti, que segundo o texto “honrou sobremaneira o renome de paixão, ideia de pátria, heróica valentia”. Qualidades que seriam herdadas do pai, porém não faz nenhuma citação ao nome da catarinense, que abraçou causas republicanas e lutou ao lado de Garibaldi até os últimos dias de vida, quando estava grávida do quinto filho. Era como se as suas características genéticas não contassem ou não existissem.
Heroína da pátria
O reconhecimento da atuação de Anita Garibaldi (1821-1849), escrevendo seu nome na história de diferentes países, só aconteceu há pouco tempo. Anita hoje é considerada exemplo de dedicação e coragem tanto no Brasil quanto na Itália. Em 30 de abril de 2012, o nome de Anita Garibaldi foi inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, a partir da lei federal 12.615.
Em 2021, durante as celebrações dos bicentenário da heroína, o historiador e diretor do Instituto Cultural Anita Garibaldi, Adilcio Cadorin, chamou a homenageada de “guerreira das Repúblicas e da liberdade”, destacando a participação da catarinense na instalação de quatro repúblicas: Catarinense, Rio-grandense, Uruguaia e Romana.
Fontes: jornal Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; Instituto Cultural Anita Garibaldi (CulturAnita); site Senado Notícias
