Dois dos gols mais importantes do Pelotas durante a campanha do acesso saíram dos pés de Vitor Júnior. Curiosamente, foram os únicos que o meia de 37 anos marcou somando os 26 jogos de suas duas passagens pelo clube. O papel decisivo nos momentos importantes faz do camisa 10 um dos nomes do retorno do Lobo à elite. Algo comentado por ele ao A Hora do Sul ainda no gramado do estádio Presidente Vargas neste domingo (28).
“Já vivi muita coisa no futebol, nesses 20 anos de carreira, mas isso é especial. Recolocar o Pelotas onde ele nunca deveria ter saído. […] Deixaram a gente vivo, na última rodada, contra o próprio Inter aqui”, comemorou, relembrando o empate por 2 a 2 pela 14ª rodada da primeira fase, no mesmo estádio e diante do mesmo rival. O Áureo-Cerúleo perdia por 2 a 0 até metade do segundo tempo e ia sendo eliminado.
O autor do outro gol da tarde histórica também falou à reportagem em Santa Maria. “Apesar da inconstância que a gente teve no campeonato, a gente cresceu no momento certo. Agora é descansar que tem uma final aí”, falou Warlei. O centroavante agora divide a artilharia da Série A-2 com Rafael Mineiro, do Veranópolis, e portanto pode terminar isolado na ponta se marcar diante do Monsoon, adversário da decisão.
Presidente comemora
O uniforme embarrado dos jogadores era natural, dado o estado do gramado do Inter-SM. Só que até mesmo o presidente do Pelotas, Rodrigo Brito, estava sujo depois da vitória. O mandatário do clube celebrou muito com os atletas e, em entrevista, desabafou sobre boatos de que renunciaria ao cargo no ano passado após a queda para o Monsoon.
Brito agradeceu aos pares da gestão e disse: “O tempo de glória está voltando, e o Pelotas vai voltar a ser uma equipe muito campeã”.
Lanzini também desabafa
Já o técnico Ariel Lanzini aproveitou para lembrar das críticas que diz ter recebido. “O futebol é feito de histórias, e agora eu estou construindo a minha história no Pelotas”, disse o jovem treinador de 35 anos.
Lanzini ainda encerrou a entrevista no gramado parafraseando Zagallo: “vocês vão ter que me engolir”. A celebração dos atletas, dirigentes e membros do staff continuou em frente à torcida. E um dos últimos atos no campo foi simbólico: o goleiro Erivelton atravessou o gramado de joelhos.