Qual é o perfil econômico das microempresas em Pelotas?
Essas empresas, na grande maioria, são formadas por pequenos negócios. Mais de 50% são MEIs, depois os microempreendedores e pequenos empreendedores. Aqui na Região Sul há um número bastante importante de produtores rurais, que têm um nível de atividade econômica muito forte pela vocação da região no agronegócio. Esses produtores são identificados normalmente como microempreendedores ou pequenos empreendedores, dentro dos portes caracterizados.
Como é que o Sebrae apoia essas empresas e atua de modo geral?
Tem uma gama de soluções. Atuamos na capacitação da pequena empresa, na melhoria da gestão, na orientação para quem quer empreender ou já é um empreendedor. Essa orientação pode ser no sentido de delinear como esse potencial empreendedor pode abrir uma empresa, que tipo de empresa ele deveria abrir, como ele pode fazer isso, qual o direcionamento, quais as vantagens. Atuamos em consultorias. O Sebrae diagnostica esses pequenos empreendedores pelo nível de maturidade de gestão, como ele está em relação ao próprio mercado, ao próprio setor. Se precisa melhorar, onde melhorar. Vai diagnosticar isso e direcionar para uma consultoria, que a gente executa através de parceiros terceirizados. Pensar em empreendedorismo, não no sentido de ter uma empresa, e sim de um pensamento empreendedor, entender que se pode tornar um empreendedor digital, social, enfim, ou até ter uma empresa, isso vai depender do processo.
Como você avalia a Zona Sul atualmente e seu potencial empreendedor?
A região Sul tem muitas dificuldades, tem mais carências em termos de desenvolvimento, tem um potencial industrial muito menor que as outras regiões do Estado. Mas ela tem potenciais interessantes para se empreender. Por exemplo, ela tem ofertas naturais muito significativas, onde um empreendedor do setor de turismo pode vir se alocar aqui. Hoje temos mais de 16 roteiros estabelecidos, uma BR-116 sendo duplicada com facilitação de acesso, um polo gastronômico na região.
Temos, também, o público universitário. Temos um polo de saúde. Ainda assim, eu vejo Pelotas com um certo conservadorismo, no que diz respeito ao empreendedor mais tradicional que opera hoje. Imagino que ele poderia investir o seu dinheiro hoje em startups, buscar outras frentes de investimento, ou abrir novos empreendimentos explorando esses potenciais. […] Eu acho que a gente tem um caminho muito grande ainda para desenvolver, um processo ainda de início de maturação. A região precisa reter os talentos aqui, e atrair mais empresas, com subsídios fiscais, estruturais, com ganho tecnológico.