Ponte Barão de Mauá inspira nova série de Graça Marques
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Terça-Feira29 de Outubro de 2024

Exposição

Ponte Barão de Mauá inspira nova série de Graça Marques

Em nove séries de quadros, artista expõe as memórias afetivas na mostra que inaugura nesta quinta-feira, no Malg/UFPel

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Atualizado quinta-feira,
25 de Julho de 2024 às 11:22

Ponte Barão de Mauá inspira nova série de Graça Marques
Graça Marques ao lado da curadora Lucimar Predebon

Ícone da cidade de Jaguarão, a Ponte Internacional Barão de Mauá inspira as mais de 40 obras que Graça Marques apresenta na exposição A ponte e seus desdobramentos, novidade no Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo da Universidade Federal de Pelotas (Malg/UFPel). A abertura ocorre nesta quinta-feira (25), das 17h às 19h, e a visitação pode ser feita a partir de sexta-feira (26) até o dia 28 de setembro, de terça a sábado, das 12h30min às 18h30min, na praça Sete de Julho, 180. No dia 15 de agosto a artista conversa com o público, às 16h. Eventos têm entrada franca.

Para a artista este é um desdobramento da exposição feita em maio do ano passado em Jaguarão, porque 50% dos trabalhos são novos. A ponte e seus desdobramentos apresenta ao visitante nove séries que homenageiam os nove arcos da Barão de Mauá. 

As obras vão ao encontro da poética que Graça vem desenvolvendo há muitos anos, ao evocar caminhos, rastros, mapas e memórias a partir de colagens, uma técnica que mistura papel, imagens e tecnologia. “Parto de uma impressão tipo fine art e depois vou trabalhando com colagem”, explica.

Nesta série a imagem de partida é a reprodução em papelão que ela fez da ponte há alguns anos. “É uma colagem que eu fiz da ponte com os nove arcos e as aduanas, um trabalho muito espontâneo em cartão recortado”, conta. Essa ponte, que ela adverte: “não está fixa em lugar nenhum”, é uma espécie de brinquedo em cartão nas mãos da artista. “Ela se desdobra e toda essa flexibilidade foi que me possibilitou muitas das séries.”

Ao aliar a literatura às artes visuais, a artista define esses nove arcos com várias epígrafes de leituras que ela fazia no momento da construção da obra. Nessas releituras Graça introduz um elemento até então pouco usual nos sua poética a cor, especialmente o azul marinho e o vermelho. “Eu tenho muita coisa guardada, papéis de seda e até de outros trabalhos. Eu ia montando como um cenário para essa minha ponte de papelão. Cada série, cada arco tem a sua especificidade”, revela. 

Ligação com o passado

Metaforicamente a ponte fez uma ligação entre a jaguarense Graça, hoje radicada em Pelotas, e suas memórias afetivas. A artista lembra com carinho das inúmeras travessias para visitas, piqueniques, caminhadas ou compras no país vizinho. “Tem toda essa questão afetiva”, diz. Uma ligação com o passado que se fez ainda mais forte quando ela descobriu em casa correspondências endereçadas ao avô Alcides Marques, que era prefeito de Jaguarão, quando a ponte começou a ser construída, em 1930. “A empresa encarregada de fazer a ponte mandava essas correspondências do Rio (de Janeiro) e algumas vezes de Montevidéu, isso foi enriquecendo o trabalho, foi uma coincidência muito grata”, relembra. A ponte foi construída em 1930, como pagamento de uma dívida do Uruguai ao Brasil. 

 

Fique atento

O quê: exposição A ponte e seus desdobramentos, de Graça Marques

Onde: Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo (Malg/UFPel), praça Sete de Julho, 180

Abertura: quinta-feira (25), das 17h às 19h

Visitação:  a partir de sexta-feira (26) até o dia 28 de setembro, de terça a sábado, das 12h30min às 18h30min

Entrada franca

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