Medidas sanitárias reduzem risco de propagação da Doença de Newcastle
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Sexta-Feira22 de Novembro de 2024

Emergência zoossanitária

Medidas sanitárias reduzem risco de propagação da Doença de Newcastle

Rio Grande do Sul tem um caso confirmado em aviário comercial de Anta Gorda, no Vale do Taquari

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Medidas sanitárias reduzem risco de propagação da Doença de Newcastle
A Doença de Newcastle (DNC) é uma patologia viral contagiosa que acomete diversas espécies de aves. (Foto: Divulgação)

Casos da Doença de Newcastle em aviário comercial no município de Anta Gorda, no Vale do Taquari, levaram o Ministério da Agricultura a declarar estado de emergência zoossanitária no Rio Grande do Sul, na última semana.

Vigente por 90 dias, a medida se deu após a identificação de foco da doença no local. Os animais foram abatidos e enterrados, e até o momento nenhuma outra origem foi encontrada em um raio de três quilômetros. A exportação de carne foi suspensa para mais de 40 países, mas especialistas ressaltam que o consumo da carne e ovos pode seguir acontecendo normalmente, já que os produtos passam por inspeção antes de chegar à mesa do consumidor. Na Zona Sul, as chances de propagação da doença são reduzidas, de acordo com os técnicos.

A professora de Veterinária do IFSul campus CaVG, Fabiane Gentilini, explicou que na Zona Sul há uma concentração muito pequena de criadores, mas como a doença pode ser transmitida por aves silvestres, é importante que os produtores sigam as recomendações sanitárias necessárias. Ela considera que as chances de propagação da doença na região sejam reduzidas, pois as medidas sanitárias já foram tomadas no local em que foi diagnosticado o foco.

Segurança no Estado

Para segurar o avanço da doença para outros lugares, barreiras sanitárias de desinfecção foram instaladas. Questionada acerca das medidas, a Secretaria de Agricultura do Estado respondeu que, além das barreiras, estão sendo realizadas visitas a todas as propriedades rurais e granjas comerciais num raio de dez quilômetros do foco. Conforme informado, serão cerca de 750 locais visitados. Caso sejam encontradas aves com sintomas será feita a coleta e enviado para o laboratório. Até o momento não há mais nenhum caso suspeito.

Preocupação com o mercado externo

O Brasil é o maior exportador mundial de carne de aves e os últimos casos da Doença de Newcastle no país haviam sido confirmados no ano de 2006, segundo o Ministério da Saúde. O engenheiro agrícola e broker da Rede Aves Livres de Gaiola, Telmo Lena, destaca que a complexidade dessa cadeia produtiva é o que mais preocupa quanto à identificação da doença na criação de aves. “Tem incubatório, fábrica de ração, tem os integrados produzindo esses frangos e levando para o frigorífico. É uma cadeia enorme”, diz o engenheiro.

Lena salienta que o espaço onde o foco da doença foi encontrado não se encaixa no circuito das empresas multinacionais, sendo, assim, uma companhia “amadora”. Mesmo assim, o encerramento das exportações pelos órgãos fiscalizadores gera consequências muito negativas para o mercado de aves.

O que é?

A Doença de Newcastle (DNC) é uma patologia viral contagiosa que acomete diversas espécies de aves, domésticas ou silvestres, assim como répteis e mamíferos, e até mesmo seres humanos. Causada pelo vírus chamado paramixovírus aviário do sorotipo 1 (APMV-1), seus principais sintomas envolvem sinais respiratórios e, em seguida, manifestações nervosas, diarreia e edema na cabeça das aves.

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