Comunidade protesta contra construção de presídio
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quarta-Feira30 de Outubro de 2024

Sanga funda

Comunidade protesta contra construção de presídio

População que mora no entorno do terreno diz que a casa prisional afetaria a atividade econômica local

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Atualizado terça-feira,
23 de Julho de 2024 às 17:44

Comunidade protesta contra construção de presídio
Grupo protestou na câmara de vereadores. (Foto: Douglas Dutra)

Moradores da Sanga Funda, na região das Três Vendas, em Pelotas, foram até o plenário da Câmara de Vereadores para se manifestar contra a construção de um novo presídio no bairro. A indignação veio após a comunidade ter tomado conhecimento da mensagem 22/2024, enviada pela prefeitura à câmara no começo deste mês autorizando o município a ceder um terreno ao governo do Estado para a construção de uma casa prisional.

A área de 111,3 mil metros quadrados fica na avenida Ildefonso Simões Lopes, próximo às ruas Osvaldo Brum Oliveira e Angelino Santos. O terreno é avaliado em R$ 9,2 milhões. Pelo projeto enviado à câmara, um lote ao lado, de 268,9 mil metros quadrados, que foi doado em 2010 para a criação do Parque Científico Tecnológico Tecnosul, será desafetado, ou seja, não será usado para esse fim e voltará a ficar à disposição do município.

Olga Azevedo, presidente da associação de oleiros do bairro, lembra que no entorno do terreno há escolas, unidades de saúde e CTG e que a construção do presídio afetaria a atividade econômica do local. “Para nós, não seria viável. A gente não é contra a construção, pelo contrário, acho que a gente tem que apoiar, mas em um outro lugar”, ponderou.

Marcelo Guedes, é pai de aluna da escola Rachel Mello, que fica a poucos metros do terreno. “Não adianta nós tirarmos o problema da Cohab Tablada (onde fica o atual presídio) e levar para a Sanga Funda. Ali tem o colégio, que é o Rachel Mello, tem uma creche e tem um posto de saúde próximos. A Sanga Funda já está se tornando uma cidade, e vai ser um presídio que vai sair de um lugar para outro de onde vai ter que ser mudado novamente”, sustentou Guedes, lembrando da insegurança que a chegada de um presídio traria para o bairro.

O vereador Jurandir Silva (PSOL) defendeu que a população seja ouvida antes da aprovação do projeto e sugeriu que seja realizada uma audiência no bairro. “Não me parece que uma reunião a portas fechadas, seja na prefeitura, seja na câmara, seja o ideal para o debate de um tema tão complexo e tão mobilizador”, sustentou.

Área atende critérios do Estado, diz prefeitura

Questionada, a prefeitura respondeu via assessoria que a área foi escolhida atendendo critérios da SSPS e afirma que a chegada do presídio traz segurança ao bairro com o aumento do efetivo policial. A resposta afirma também que “uma unidade penal leva também desenvolvimento à área onde é instalada, são abertos novos empreendimentos para atender as pessoas que circulam pelo presídio”.

Sobre o terreno que seria destinado ao Tecnosul, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação, Gilmar Bazanella, disse que a necessidade da área já foi superada com as instalações do Parque Tecnológico e que nem toda a área da Sanga Funda será destinada ao presídio.

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