Ao longo desta semana, duas festas que vão movimentar a economia e a população de Pelotas foram lançadas. O Festival Internacional Sesc de Música, que chega à 13ª edição, e a 50ª Feira do Livro. São dois atrativos já consolidados no calendário da cidade e que, junto com tantos outros, como o Dia do Patrimônio, levam a população às ruas para viver Pelotas.
E, em todos os eventos culturais abertos ao público, há garantia de sucesso. É só ver os citados acima, as rodas de samba no largo do Mercado Público, os Sofá na Rua, Ruas de Lazer, as festas juninas e tantas outras. A população tem sede por experimentar essas oportunidades e é visível que há um potencial para ser ainda mais explorado.
É algo que precisa ser levado em conta por empresários e gestores públicos. É um enriquecimento no sentido mais plural da palavra: traz benefício intelectual e de lazer para quem frequenta, ajuda a promover artistas e empreendedores locais, gera capital turístico a ser explorado e movimenta a economia local em diversas frentes, que vão do próprio artista recebendo incentivo ao ambulante ou artesão que costumam estar nestes espaços.
No entanto, vendo todo esse potencial, é ainda lamentável notar que falta muito para alcançarmos o pleno acesso à cultura. Já há um reforço, mas nota-se que boa parte das ações citadas acima são centralizadas. O Festival Sesc já muda um pouco esse contexto, mas em geral, é bem raro circular pelos bairros no final de semana e notar ações culturais abertas e, quando há, não são amplamente divulgadas.
Um outro ponto é a deterioração de outros espaços. O Sete de Abril, por exemplo, já está há 14 anos e quatro meses fechado. A prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) disse na última semana, durante a reunião-almoço da Associação Comercial de Pelotas (ACP), que será sua maior frustração caso não consiga entregar a reforma em seu mandato. No entanto, há menos de seis meses pela frente e pouco se vê de avanços.
Muito se fez nos últimos anos, mas ainda dá para fazer mais e ver Pelotas se tornar um polo cultural e turístico nesse sentido. É algo que só temos a ganhar, como cidadãos e como comunidade.