Exposição registra a visita de Flores da Cunha
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quinta-Feira19 de Setembro de 2024

Memórias

Exposição registra a visita de Flores da Cunha

Há 100 anos uma mostra fotográfica reportava a passagem do político em Pelotas

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Exposição registra a visita de Flores da Cunha

Entre as notas sociais que o jornal Diário Popular publicava em janeiro de 1924 estava a exposição na Fotografia Lanzetta, que apresentava imagens da chegada e partida do, então, comandante da 2ª Brigada Provisória José Antônio Flores da Cunha, nos últimos dias de dezembro do ano anterior. O político gaúcho era natural de Santana do Livramento e na época tinha 43 anos.

A visita de Flores da Cunha foi um acontecimento no município, que preparou uma recepção festiva, especialmente estimulada pelos membros do partido Republicano. A chegada a Pelotas, via lacustre, foi acompanhada por rebocadores, que seguiam a embarcação “Itapura”, na qual Flores da Cunha viajava. 

A descida de Flores da Cunha no antigo porto do município se deu no trapiche na esquina da Conde de Porto Alegre com a praça Domingos Rodrigues, explica o pesquisador Guilherme Pinto de Almeida. O político era apoiador da reeleição do governador Borges de Medeiros, durante a Revolução de 1923 e sua atuação nas batalhas foi preponderante para a vitória dos governistas. 

As forças que apoiavam o governo estadual eram basicamente tropas irregulares de civis recrutados, os corpos provisórios, que formavam uma brigada. Em fevereiro de 23, Borges de Medeiros nomeou Flores da Cunha coronel e comandante da 2ª Brigada Provisória, designada para atuar na região oeste do estado, subordinada ao comando geral do coronel Claudino Nunes Pereira. À frente da Brigada do Oeste, composta pelo 2º Regimento de Cavalaria Militar e por seis corpos provisórios sob as ordens de outros seis tenentes-coronéis, entre eles Osvaldo Aranha, Flores tornou-se um dos principais chefes militares das forças governistas.

Flores da Cunha foi vitorioso nas batalhas travadas contra as tropas lideradas por Honório Lemes (1864-1930). “No dia 18 de junho ocorreu o mais violento combate da revolução de 1923. Honório Lemes ocupou pela segunda vez a cidade de Alegrete, sendo expulso dali pelas tropas legalistas comandadas por Flores da Cunha.” Na luta ocorrida na ponte sobre o rio Ibirapuitã, Flores foi ferido e seu irmão Guilherme Flores da Cunha, morto. Em 14 de dezembro de 1923 a assinatura do Pacto de Pedras Altas pôs fim ao conflito. 

 

(Fontes: jornal Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense e Fundação Getúlio Vargas; Revista Illustração Pelotense, Ano VI, Nºs 1 e 2 jan 1924/Acervo Guilherme de Almeida)

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