Com papel, lápis e tesoura nas mãos e vários conhecimentos novos na cabeça, os alunos de quatro turmas do 6º ano do Colégio São José participaram, na manhã desta sexta-feira (12), de mais uma etapa do projeto de Educação Patrimonial desenvolvido pela Alma Patrimônio Cultural e Ambiental.
As ações têm o objetivo de estimular o cuidado e a preservação dos bens culturais materiais e imateriais, a partir de laços afetivos e criativos. O trabalho corre paralelamente às obras que estão restaurando a cobertura da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, conhecida como Igreja do Porto.
Projeto em etapas
Conduzido pela doutora em Educação Ambiental, Liza Bilhalva Martins, com a colaboração da doutoranda Marta Bonow Rodrigues, os encontros do projeto ocorreram em três etapas.
A primeira ação foi no Colégio com atividades didáticas, nas quais as realizadoras explicaram o que é patrimônio e falaram sobre o projeto. “O segundo ato foi uma visita guiada à Igreja e o terceiro é a oficina de arte”, explica Liza.
O trabalho também se estendeu para a comunidade religiosa, com as crianças da Iniciação à vida cristã e com os adultos do Conselho Pastoral Paroquial.
Stencil e kirigami
As oficinas são conduzidas pela arte-educadora Ana Júlia Fortuna. Para esta proposta a artista levou aos alunos duas técnicas aliadas, a do stencil (molde) e do kirigami, que envolve dobradura e corte de papel. “Propomos que eles misturassem essas duas técnicas com o intuito de que reproduzissem as mesmas imagens encontradas nas paredes da Igreja do Porto”, conta.
Liza explica que essas pinturas ou afrescos foram prospectados pela equipe de restauração coordenada pelo escritório Perene Patrimônio Cultural, responsável pelo projeto de restauro.
As pinturas murais das paredes estavam encobertas por camadas de tintas, colocadas há alguns anos. “A ideia é trazer pelo menos algumas partes dessa pintura. Quando eles foram fazer a visita guiada eles olharam esses murais e relacionaram com o que era antes”, explica a educadora Liza.
Concentração no passo a passo
A partir das técnicas aplicadas em folhas coloridas de papel, os alunos reproduziram o grafismo da parede, que neste caso são flores e arabescos. Concentrados com o passo a passo, os pré-adolescentes fizeram as dobraduras, depois fizeram os desenhos, com o molde (stencil). A última etapa era o recorte, desvendando por fim o desenho.
O material artístico será exposto para a comunidade em forma de painel, como se fosse aquela parede da Igreja. A exposição deve ocorrer em agosto, na entrega do projeto da Perene.
Entre dobraduras e recortes, a aluna Luzia dos Santos de Souza Soares, 11, contou que conhecia a Igreja porque a avó morava ali perto, mas não sabia que estava sendo restaurada.
“Fiquei sabendo a partir das aulas. Ela é muito bonita, uma das mais bonitas que conheci. Vale muito a pena restaurar esse patrimônio”, diz a aluna do 6 ano C.
Acompanhando as atividades, a professora de Artes do Colégio, Marta das Neves Garcia, comenta que o projeto foi acolhido pelos estudantes com bastante entusiasmo.
“Desde o quinto ano eles trabalham com o patrimônio e quando a gente fala em técnicas artísticas eles gostam muito. Eles ficam curiosos, gostam de recortar, colar. Ficou muito legal”, fala a professora.