Em seminário realizado na Embrapa Clima Temperado nesta terça-feira (9), com a presença de secretários da agricultura dos municípios da Zona Sul, sindicatos rurais e entidades como, Emater e Irga, foram apresentadas aos técnicos do Ministério da Agricultura as demandas para a recuperação da agropecuária da região. A partir de grupos de trabalhos, foram realizados levantamentos sobre as necessidades de cada produção. Com uma perda no setor estimada em R$ 1,91 bilhão, grandes cultivos como soja e milho foram as mais afetadas. Perdas em cinco municípios mais atingidos correspondem a 59% desse total.
Do grande ao pequeno, produtores em todas as cidades da região tiveram suas produções atingidas em algum grau pela crise climática. Após três anos seguidos de estiagem, em 2024, o grande volume de água trouxe prejuízos ainda maiores. A partir de sete comissões temáticas de trabalho (arroz, soja e milho; bovinos de corte; bovinos de leite; frutas e hortaliças; pesca; Infraestrutura rural e alternativas), grupos se reuniram durante a manhã para levantar perdas nas atividades e as principais reivindicações para a retomada.
Necessidades para a recuperação
Durante a tarde, os relatórios foram apresentados aos técnicos do Ministério da Agricultura. Dentre as principais demandas estão programas que permitam a renegociação de dívidas, principalmente aquelas adquiridas para o plantio, possibilitando a aquisição de novas linhas de crédito. Os produtores estão preocupados com parcelas que vencem já no dia 15 de agosto, além disso, a maioria não possui seguro agrícola. Outro pedido é por auxílio na aquisição de insumos, mudas e sementes para a próxima safra. Assim como recursos emergenciais para a recuperação de estradas vicinais.
Perdas na Zona Sul
De acordo com o levantamento de entidades como a Emater, as perdas na agropecuária da Zona Sul somam R$ 1,91 bilhão. Desse número, 63% corresponde aos prejuízos na soja. As chuvas impediram que cerca de 11% da área plantada (50 mil hectares) fosse colhida na região. O milho é a segunda cultura mais afetada, o equivalente a 7% de perdas. Além dos cultivos, a pecuária de corte, a produção de ovinos e hortaliças, assim como a pesca artesanal, estão entre as produções mais prejudicadas. O solo também foi fortemente danificado.
De acordo com o representante regional da Emater, Ronaldo Maciel, dentre os 22 municípios, Jaguarão, Arroio Grande, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar e São Lourenço do Sul foram os mais atingidos pela inundação de áreas. Somadas, as cidades chegam a 59% do valor total de perdas.
Encaminhamentos
Segundo o superintendente do Mapa no RS, José Cleber Dias de Souza, as demandas serão encaminhadas ao governo federal e ao ministro de Agricultura, bem como aos representantes dos demais ministérios envolvidos, como Pesca e Aquicultura e Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).
