Demanda histórica da região, a construção do novo Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel) está mais próxima de se tornar realidade. Será publicado nesta segunda-feira (8), no Diário Oficial da União, o edital de licitação para as obras dos Blocos 1 e 2 do complexo de saúde que terá cerca de 50 mil metros quadrados.
A partir do início das intervenções o prazo de conclusão é de 36 meses. Os dois blocos se juntarão ao Bloco 3, já em operação há quatro anos. Para a construção, foram garantidos R$ 265 milhões de recursos dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 3.
Na sede própria, o número de leitos da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) será ampliado dos atuais seis para 20 e as salas cirúrgicas saltarão de duas para seis. Além disso, será criada uma UTI pediátrica, somando-se à neonatal. A partir das novas operações serão abertos mais cem novos leitos, totalizando 274.
A nova infraestrutura permitirá o aprimoramento do ensino, pesquisa e atendimento de saúde, segundo o gerente administrativo do HE, Eduardo Palma.. “Vamos ter um ganho muito grande de infraestrutura e de adequação, a gente sai de cinco mil metros quadrados para cerca de 50 mil ao todo”, afirma.
De acordo com o superintendente substituto do Hospital Escola, Tiago Collares, a partir da publicação do edital de licitação para as obras, as propostas deverão ser abertas no dia 12 de agosto.
“O ponto importante é termos empresas saudáveis que possam entregar o projeto dentro dos prazos”, enfatiza. “O nosso hospital já está se remodelando para ir para a casa nova. Vamos precisar inovar em vários pontos, isso mexe com a formação de recursos humanos. Vai ser o maior hospital federal da região”, diz.
Destinação dos blocos
Para o Bloco 2, o projeto prevê suporte de apoio ao diagnóstico com espaços laboratoriais e de exames, o que deverá diminuir o tempo de internação de pacientes. Atualmente, grande parte dos internados permanece nos leitos devido à espera pelos resultados de análises realizadas em outros municípios. “Hoje não temos um laboratório de patologia, ele [o exame] vai para Bagé”, conta Eduardo Palma.
O Bloco 1 será destinado às internações. No prédio ficaram a Unidade de Oncologia, Centro de Pesquisa, Centro de Simulação Realística, Atenção Domiciliar e áreas de ensino e administrativas. Já no Bloco 3, funcionam os setores de ensino, pesquisa e inovação.
Para os gestores do HE-UFPel, além de aumentar a eficiência do hospital, a unificação dos serviços em só endereço facilitará o acesso a pacientes e estudantes. “Vai movimentar toda essa região do Fragata, chamamos até de Vale da Saúde”, comenta Tiago Collares.
Ambos os prédios serão construídos com áreas remanescentes para possibilitar a expansão dos blocos em um futuro próximo.
Apoio da comunidade
A construção do novo HE foi a obra de infraestrutura mais votada pela população na consulta lançada sobre os projetos que deveriam ser contemplados com verbas no Plano Plurianual (PPA) do governo federal.
Administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), Hospital Escola é referência na região Sul, atendendo a 22 municípios. Somente nos ambulatórios são realizadas em torno de 10 mil consultas mensalmente. “Teremos a estrutura mais nova da cidade, com toda a infraestrutura necessária e 100% SUS”, reforça o gerente administrativo.
Mudança nos atendimentos
Para possibilitar o início das construções, os ambulatórios da Faculdade de Medicina, que atualmente funcionam no Paliteiro, na rua Almirante Guillobel, serão transferidos para um prédio que está sendo revitalizado na Laneira. A perspectiva é de que a mudança ocorra em outubro, dando início às intervenções do novo HE-UFPel. De acordo com o cronograma de obras, a estrutura do Paliteiro deverá ser demolida no 6º mês de trabalho.