Inauguradas há um ano, casas do loteamento Estrada do Engenho têm defeitos estruturais

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Inauguradas há um ano, casas do loteamento Estrada do Engenho têm defeitos estruturais

Projeto habitacional retirou 57 famílias da beira do São Gonçalo. 12 meses depois, casas precisam passar por reformas

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Atualizado sábado,
11 de Janeiro de 2025 às 16:08

Inauguradas há um ano, casas do loteamento Estrada do Engenho têm defeitos estruturais

No dia 12 de janeiro de 2024 o loteamento Estrada do Engenho era inaugurado e 57 famílias que viviam em área de risco, às margens do canal São Gonçalo, tiveram suas vidas transformadas.

Após um ano de moradia nova muitas coisas melhoraram, porém outras nem tanto. Os moradores relatam goteiras, problemas com esgoto e outras dificuldades. A prefeitura diz que a gestão anterior já acionou a construtora responsável para correções.

Michele da Silva foi uma das contempladas com uma casa nova e conta que algumas coisas mudaram para melhor.

“Perto do que a gente tinha lá está melhor. Não tinha água, a gente dependia de pegar do canal. Na questão da luz também melhorou bastante. O espaço para as crianças poderem ficar dentro do bairro brincando na pracinha”, relata.

Natian Garcia é dona de casa e mãe de três filhos. A água encanada e a luz elétrica são os principais pontos de melhora na qualidade de vida que ela aponta.

“Na minha casa não tinha água encanada, eu tinha que buscar sempre na bica. Foi melhor nessa parte, mas no restante, a gente tem muito problema”, afirma Natian.

Imóveis foram entregues em evento no ano passado. Antigo local das moradias vai virar parque urbano. (Foto: Jô Folha)

Casa nova, problemas novos

Os problemas estruturais relatados são muitos. “Chove na minha casa como se fosse na rua, tanto na minha quanto em várias casas”, aponta Natian.

O resultado são móveis estragados e paredes frequentemente manchadas pelo mofo. “Cozinha, móveis… todo mundo acabou de comprar essas coisinhas e tá tudo estragando”, diz. Michele complementa dizendo que esse é um problema de todas as 57 moradias.

“Eles fizeram a caixa d’água com a caída para dentro de casa. Aí então chove na parede dos quartos e das cozinhas”, afirma.

Na enchente que aconteceu em maio, todos os moradores tiveram que sair da região pois era uma das áreas de risco. Michele conta que vários ficaram em abrigos e muitas coisas estragaram em casa.

“Na próxima semana tem uma audiência pública na Câmara dos Vereadores junto com o pessoal do meio ambiente. Porque nós queremos saber: se lá na Estrada de Engenho era perigoso pra gente morar, que era na beira do dique, então por que colocaram a gente aqui no meio de quatro canais? (…) Cada vez que chove, a gente fica aqui dentro d’água. Cercados por todos os lados. A gente não consegue sair”, reclama Michele.

Além disso, há problemas de saneamento básico como a falta de esgoto. “A gente vai tomar um banho e sempre tem um cheiro horrível no banheiro”, diz Natian. Michele explica que as obras de esgoto estão começando a ser feitas. “Tem oito casas arrumadas. Daí um lado tem [esgoto regular] e no outro ainda não tem”, aponta.

Soluções

O secretário interino de Habitação, Milton Martins, afirma que na próxima semana está programada uma visita ao loteamento para visualizar os problemas.

Sobre as questões com o esgoto ele relata que uma solução emergencial já está sendo discutida com o Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (Sanep).

“A solução é emergencial porque o loteamento ficou abaixo da cota, então os esgotos não funcionam em função disso. Já há uma solução de médio prazo em mente. Porém, imediatamente nós temos que resolver desentupindo e limpando as fossas”, diz.

Os problemas estruturais como as goteiras não são competência imediata da secretaria. Porém, a empresa responsável pela construção das moradias já foi notificada pela Secretaria de Habitação do governo anterior.

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