Navio sísmico vai avaliar potencial de petróleo na bacia de Pelotas

Exploração

Navio sísmico vai avaliar potencial de petróleo na bacia de Pelotas

Segunda fase do levantamento cobrirá uma área de mais de dez mil quilômetros quadrados

Por

Atualizado quarta-feira,
08 de Janeiro de 2025 às 08:37

Navio sísmico vai avaliar potencial de petróleo na bacia de Pelotas
SW Empress é um dos navios sísmicos mais avançados no mundo. (Foto: Divulgação)

A exploração de petróleo na Bacia de Pelotas avança mais um passo em direção às futuras perfurações. A empresa norueguesa Shearwater Geoservices anunciou que a segunda fase de pesquisas para determinar os pontos mais propícios para a exploração na área será realizada com o SW Empress, um dos navios sísmicos mais avançados no mundo. Com a embarcação, o levantamento em 3D avançará em mais de dez mil quilômetros quadrados na bacia.

De acordo com a Shearwater, os dados sísmicos em três dimensões fornecerão às empresas que adquiriram blocos da Bacia – Petrobras e Chevron -, visão crítica sobre a estrutura geológica da área. Com isso, os riscos das atividades de exploração são reduzidos e seria permitida uma tomada de decisão mais rápida para descobertas bem-sucedidas de hidrocarbonetos. O levantamento cobre uma extensão que vai do Chuí a Rio Grande.

Professor especialista em geologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Giovani Cioccari explica que o estudo sísmico é o primeiro passo para as pesquisas em busca do petróleo. “Para conhecer o substrato da bacia”, diz. Com o levantamento, é possível compreender como os estratos de rocha sedimentares foram depositados a bacia, bem como fazer o reconhecimento de estruturas e potenciais reservatórios de petróleo.

Tempo de pesquisa

O tempo de pesquisa depende do tipo de contrato, condições climáticas entre outros fatores. Mas de acordo com Cioccari, em média entre aquisição e processamento sísmico, demora em torno de um a dois anos.

“Após isso, ainda é necessária a interpretação, que pode levar de seis meses a um ano, dependendo da quantidade de dados adquiridos e de profissionais trabalhando na interpretação”, afirma o especialista.

A Bacia de Pelotas

A área foi leiloada pela Agência Nacional em dezembro de 2023 e teve 44 blocos arrematados. Vinte e nove deles por dois consórcios – Petrobras/Shell/CNOOC e Petrobras/Shell – e 15 pela Chevron. Em dezembro do ano passado, mais 34 blocos foram disponibilizados em edital para leilão pela ANP.

A região da Bacia é mapeada desde o alto de Florianópolis (SC) até a divisa com o Uruguai. A área começou a receber mais atenção após a descoberta de grandes jazidas de petróleo na Namíbia. Como a formação geológica da costa do país africano é semelhante ao litoral sul do Brasil, remontando ao período do grande continente Gondwana, as chances de reservas na Bacia de Pelotas se tornaram mais promissoras.

O potencial é ressaltado inclusive pela empresa norueguesa. “A área de pesquisa é significativamente promissora devido à sua conexão geológica com a Bacia de Orange na Namíbia, é uma super bacia emergente globalmente de grande importância”, diz o comunicado.

Acompanhe
nossas
redes sociais