Segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, a balneabilidade é a situação de qualidade das águas destinadas à recreação de contato direto e prolongado (natação, mergulho, surf, etc.). Na região, atualmente, há oito pontos impróprios para banho, sendo cinco no Laranjal, em Pelotas, um em São Lourenço do Sul, na praia das Ondinas, e um no Rio Piratini, tanto em Pedro Osório quanto em Cerrito. O conceito, no entanto, pode gerar algumas dúvidas. Segundo o professor do Curso Técnico em Química do IFSul, Leandro Oliveira, diversos fatores definem a balneabilidade ou não de um local. Confira:
Como é feita a classificação?
As águas são classificadas em próprias ou impróprias para banho. Para isso, são observados os critérios definidos pelas resoluções feitas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) nº 274/2000 e nº 357/2005.
São utilizados parâmetros de quantidade de Escherichia coli (E.coli) que é uma bactéria característica de fezes humanas e de animais. Ela pode ser encontrada em esgotos, efluentes, águas naturais e solos que tenham recebido contaminação fecal recente.
Nos balneários de Pelotas também são consideradas as cianobactérias, que são microrganismos com capacidade de produzir toxinas (cianotoxinas), em alguns casos, altamente prejudiciais à saúde humana e animal, que podem causar graves intoxicações pela ingestão e contato com corpos de água contaminadas.
O resultado depende de cinco semanas de monitoramento. A água é considerada imprópria se ao longo desse período:
- Duas ou mais amostras do conjunto apresentarem resultado maior que 800 para E.coli,
- Se a amostra mais recente das cinco semanas avaliadas resultar em número igual ou superior a 2.000 para E.coli,
- Se a contagem de cianobactérias extrapolar 50.000 células.
O Conama ainda subdivide as águas próprias para banho em excelente, muito boa e satisfatória.
Quais fatores podem alterar a balneabilidade?
O professor aponta que diversos fatores podem alterar a balneabilidade das águas. Os principais são o número de pessoas que se encontram na comunidade e as chuvas. “As chuvas contribuem para a piora da qualidade das águas das praias por receberem uma grande quantidade de esgotos, lixo e outros detritos carregados através de galerias de águas pluviais, córregos e canais de drenagem. Assim, há um aumento considerável na densidade de bactérias nas águas balneáveis”, afirma.
Quem realiza o monitoramento na região sul?
O monitoramento das águas é realizado pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) com apoio da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) e, em Pelotas, do Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (Sanep).
Onde encontrar as informações sobre a balneabilidade?
A Fepam divulga boletins todas as sextas-feiras até o último final de semana de fevereiro. Os dados atualizados estão disponíveis no site
www.fepam.rs.gov.br/inicial, mídias sociais, e no web aplicativo disponível em
bit.ly/balneabilidade-rs, onde você encontra o mapa com todos os locais de banho monitorados. Além disso, os avisos de local próprio ou impróprio ficam em destaque em placas fixadas nos locais de coleta.
Recomendações aos banhistas:
Oliveira afirma que ficar atento às placas nos locais de banho é a principal recomendação. Além disso, as recomendações da Fepam são:
- Evite tomar banho nas primeiras 24 horas após chuvas intensas, em saídas de córregos ou rios que afluem nas praias, pois as águas podem estar contaminadas por esgotos domésticos.
- Não tome banho em locais com concentração de algas, pois podem conter toxinas prejudiciais à saúde.