Começam as aulas de formação da Orquestra Jovem Sesc do RS

Música

Começam as aulas de formação da Orquestra Jovem Sesc do RS

Iniciativa pioneira no Estado teve aula inaugural no início desta tarde, reunindo alunos, professores e autoridades em um evento festivo

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Atualizado segunda-feira,
06 de Janeiro de 2025 às 19:39

Começam as aulas de formação da Orquestra Jovem Sesc do RS
Aula inaugural contou com apresentação dos professores (Foto: Jô Folha)

Exatos 14 anos depois da primeira edição do 1º Festival Internacional Sesc de Música, mais uma semente da iniciativa, que mudou os janeiros de Pelotas, floresce: o surgimento da Orquestra Jovem Sesc do Rio Grande do Sul, uma oportunidade inédita no Estado aberta a 40 instrumentistas do município, com idades entre 15 e 19 anos. A iniciativa no município é ainda um projeto social que oferece uma bolsa de estudos, o que não acontece em outras unidades do país, tornando esse um projeto pioneiro, além de toda a estrutura para a formação na música instrumental. 

O diretor do Sesc Pelotas, Luis Fernando Parada, emocionado, diz que a materialização da iniciativa é a realização de um sonho, que começou a ser gestado em 2011, quando em 7 de janeiro teve início o Festival. A conquista começou a ser amadurecida quando o Departamento Nacional do Sesc passou a fazer os encontros das orquestras sociais da entidade no Festival de Música, em função da grandiosidade do evento. Para a 13ª edição, que começa dia 20 deste mês, está agendado mais um destes eventos, que desta vez terá a inclusão da Orquestra do RS. 

A aula inaugural, na tarde desta segunda-feira (6), foi aberta com a apresentação musical de um quarteto de cordas, formado pelos professores do projeto. O diretor do Senac Pelotas, Tiago Radmann, falou que a formação da Orquestra vai ao encontro da missão da Fecomércio, que é impactar pessoas e organizações para construir um mundo melhor. “Que bom que podemos fazer isso através da música, da cultura, do esporte e da educação”, diz. 

Oficialmente, desde 2023 o projeto vem sendo desenvolvido e a expectativa era de que as aulas começassem no segundo semestre do ano passado, porém as enchentes de maio atrasaram o processo. “Mas nós estamos recebendo o projeto na hora certa e hoje é um dia muito marcante, um dia emocionante para a nossa Unidade”, fala o diretor da unidade Sesc Pelotas.

Prestigiando o evento, o presidente do Secovi Zona Sul, Sérgio Cogoy, vice- presidente da Fecomércio-RS e Conselheiro do Sesc RS, falou aos jovens sobre a obrigação da Fecomércio em dar retorno à comunidade através do que é arrecadado entre os empreendimentos comerciais. “Não tem uma cidade do Rio Grande do Sul que não esteja sendo atendida pelo Sistema Fecomércio, para saber a importância de contribuir com o comércio local”, diz Cogoy.

Também presente na cerimônia de abertura, a secretária de Cultura, Carmem Vera Roig, disse que essa é uma oportunidade para os jovens e para a cidade. “Tu teres uma orquestra permanente do Sesc em Pelotas é um luxo. A tendência é ampliar o amor pela música na cidade de Pelotas”, diz.

Professores proporcionaram um momento musical no evento de abertura (Jô Folha)

Formar cidadãos

Formada por 40 alunos, a orquestra de cordas está distribuída em 20 estudantes para a classe de violino, 10 para a classe de viola, seis para a de violoncelo e quatro para contrabaixo. Além de estimular a cultura musical nos mais jovens, a Orquestra também se apresenta como um projeto social, com a inclusão de uma bolsa de estudos no valor de R$600,00, mais vale transporte e lanche. “Se fosse uma proposta cultural já seria um grande projeto, mas vai além”, comenta Luís Parada. 

Para o diretor a Orquestra é missão da Unidade Sesc Pelotas, proposta para ajudar a esses jovens a formar uma orquestra, ampliar seus estudos nos instrumentos e formar cidadãos. As aulas ocorrerão durante toda a semana, na sede provisória do Sesc Pelotas, na rua Félix da Cunha, no turno inverso das atividades escolares. Atualmente em obras, a sede da rua Gonçalves Chaves, ganhará um espaço totalmente dedicado à Orquestra, o que deve ocorrer no próximo semestre. 

Os 40 instrumentos que eles vão utilizar foram providenciados pela entidade e toda a manutenção também ficará por conta do Sesc. A coordenação do projeto acredita que num futuro bem próximo, estes garotos e garotas terão condições de fazer apresentações pela cidade.

Recorte etário

Parada explicou que ao adotar o recorte de idade de 15 a 19 anos o objetivo foi não tirar músicos das Orquestras Jovens Municipal e do Areal, coordenadas pela professora Lys Márcia Ferreira. “Fizemos uma combinação para não prejudicar esses projetos.” 

A professora Lys esteve presente nessa construção para que os alunos não precisassem ter que escolher entre uma e outra. O diretor Parada comenta que a Orquestra Sesc resulta também deste trabalho de formação que a professora tem realizado há alguns anos, inclusive, vários dos instrumentistas passaram por essas orquestras. 

Oportunidade única

A Orquestra Jovem pelotense terá como regente o maestro e compositor Thiago Perdigão, mestre em Regência Orquestral. Os professores são: Negrinho Martins (contrabaixo),  Igor Amaral (violino), Aline Hartwig (viola) e Clara Lamonaca (violoncelo).

“É uma oportunidade única, tanto para os alunos quanto para os professores. A gente ficou muito feliz porque aqui tem poucas oportunidades nesta área da música erudita”, avalia a professora de Viola, Aline. Formada em licenciatura pela Universidade Federal de Santa Maria, a professora conhece alguns dos jovens instrumentistas, seus alunos na Orquestra do Areal e da Igreja Luterana. 

Grandes expectativas

Ex-integrantes da Orquestra Municipal, Antônia, Laura e Vitória querem seguir na música (Jô Folha)

Felizes por terem sido selecionadas para a Orquestra, as amigas e colegas no Colégio Pelotense e na Orquestra Municipal, Antônia Saraiva dos Santas, 17, Vitória da Silveira Amorin, 17, e Laura Beck Rabassa, 15, querem evoluir no aprendizado dos instrumentos que tocam. Antônia com o violino e Vitória e Laura, com a viola. “A minha expectativa é grande, eu quero continuar tocando em orquestra e acho que a Orquestra do Sesc vai me preparar bem para isso”, comenta Antônia.

Por sua vez, Vitória diz que tocar é uma alegria. “Por já ter essa experiência a gente se diverte muito mais, a gente curte o momento porque é algo que a gente está fazendo por que gosta”, comenta a instrumentista, que pretende ingressar no bacharelado em Viola Clássica, oferecido pelas Universidades Federais do Rio Grande do Sul e de Santa Maria. “Eu quero melhorar o suficiente para chegar ao mesmo nível que eles”, fala Laura se referindo aos colegas mais experientes. 

Por causa do espaço reduzido da sede, as famílias não foram convidadas para o evento festivo, mas algumas mães apareceram por lá, para dar apoio aos filhos. A dona de casa Agueda Machado, 37, foi uma delas, ela acompanhou Theo Moraes, 16, que toca baixo elétrico na Orquestra Estadual Municipal. “Agora ele vai estudar o baixo acústico e é um orgulho para nós. A música ajuda na concentração, na coordenação motora, com a disciplina, por isso é muito importante para nós pais”, comenta.

 

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