Caso de intoxicação alimentar acende alerta para conservação de alimentos
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Segunda-Feira30 de Dezembro de 2024

Saúde

Caso de intoxicação alimentar acende alerta para conservação de alimentos

Temperatura e armazenamento adequado, assim como o cuidado com o manuseio são medidas indispensáveis para evitar o consumo de produtos contaminados

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Caso de intoxicação alimentar acende alerta para conservação de alimentos
Cuidados com os alimentos precisam ser redobrados. (Foto: Reprodução)

Até sexta-feira (27), a vigilância sanitária de Pelotas identificou 55 pessoas com sintomas de intoxicação alimentar após consumirem tortas frias de uma lancheria da cidade. O caso que veio à tona já na véspera de Natal acende alerta para a importância do manuseio e da conservação adequada dos alimentos. Principalmente no verão e quando se trata de produtos como ovos, carnes e maionese.

O Chefe de departamento da vigilância sanitária, Sidnei Jorge Júnior, ressalta que o caso não é isolado e que frequentemente são encontrados estabelecimentos com alimentos sem a conservação adequada. “Usam os insumos e muitas das vezes não identificam a data em que eles foram preparados e o prazo de validade para eles serem usados”, exemplifica.

Entre os maiores perigos para ingestão humana estão os ovos e a maionese por causa dos riscos de proliferação de salmonella, uma bactéria que é responsável por causar intoxicações alimentares. “Tem que se atentar para a questão de origem animal, cuidar muito a procedência de ovos e carnes, o produto tem que ser fiscalizado e ter a procedência”, diz sobre a compra de produtos.

Sobras da ceia e conservação

A conservação dos alimentos adequadamente é um cuidado que deve ser redobrado nesta época de festas de Natal e Ano Novo, em que geralmente os alimentos que sobram das comemorações são consumidos em várias refeições. Para isso a Professora de Gastronomia e mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Marília Azambuja, elenca algumas medidas essenciais.

“O principal seria servir na mesa só no momento em que for ser consumido. Quando eles ficam abertos em cima da mesa, corre o risco de moscas e outros bichos virem”, ressalta. Se não for possível, o ideal é que os alimentos quentes sejam mantidos no forno ligado em temperatura mínima e retirando-os somente para ser servido e recolocá-los em seguida.

Já para os pratos frios, uma sugestão é colocar na mesa dentro de outro recipiente com gelo. “Isso é uma coisa que pode ajudar a manter aquele frescor ali do alimento.” Além disso, a gastrônoma salienta que após a refeição os alimentos têm que ser guardados imediatamente na geladeira.

“Se tem uma crença de que a gente deve deixar esfriar antes de botar na geladeira, mas isso não se deve fazer. Terminou de consumir, acondiciona nos recipientes com tampa e guarda na geladeira”.

Em estabelecimentos

Marília também atenta para as condições em que os alimentos estão em restaurantes e em outros estabelecimentos. Em questão de temperatura, a gastrônoma explica que se no buffet a comida estiver fria, ela já não está mais própria para o consumo. “Se a comida é quente, ela deve permanecer quente. Ela não deve perder temperatura exposta no ambiente”.

Isso porque os alimentos em temperaturas acima de cinco graus e abaixo de 60 graus estão em zona de risco para a contaminação. “E a gente tem que confiar nos sentidos. Então quando a gente sente que tem um cheiro estranho naquele alimento, provavelmente ele já está deteriorado”.

Além disso, em caso de bolor ou mofo, mesmo que em um pequeno pedaço do alimento, ele deve ser imediatamente descartado. “Precisa cuidar que se uma fatia apareceu naquele bolor, provavelmente as outras fatias também estão contaminadas, só não está aparente ainda”.

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