Um homem acusado de matar a ex-companheira com um tiro, na presença de quatro filhos, foi condenado a 29 anos de reclusão. O crime aconteceu na tarde do dia 7 de setembro de 2006, no Bairro Dunas, em Pelotas.
O réu, na época com 32 anos, entrou na residência da vítima pela porta dos fundos e começou a discutir com a vítima, e posteriormente a acertando com um soco. Em que pese as crianças terem gritado para que o pai parasse com as agressões, ele sacou um revólver e efetuou um disparo que atingiu a cabeça da ex-companheiro, fugindo logo após o crime. O réu ficou foragido por quase 17 anos e só foi preso no ano passado.
Conforme o promotor de Justiça Márcio Schlee Gomes, que atuou em plenário, o crime foi cometido por motivo torpe, já que ela se negava a vender o imóvel onde o casal morava, e usando de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, que era agredida com frequência, sempre causando lesões corporais. “Ela não esperava que, naquele dia, o ex-companheiro fosse feri-la mortalmente”, explicou o promotor.
No julgamento, foi acolhida integralmente a acusação com as duas qualificadoras. “Tratou-se de um feminicídio, mas sem o agravante porque, à época, ainda não havia a Lei Maria da Penha”, finalizou Márcio Schlee.