A formação de um novo bloco para a disputa pela presidência da Câmara de Pelotas, formado basicamente por vereadores da oposição ao governo do prefeito eleito Fernando Marroni (PT), dá a tônica que como deve ser a relação entre os poderes Legislativo e Executivo.
O novo bloco é formado pelo PSD, maior partido da Câmara, com quatro vereadores, o União Brasil, que tem três vereadores, os dois vereadores do PL, um vereador do PV e uma vereadora do PSDB. Entre os possíveis nomes para a presidência, Carlos Júnior (PSD), Cauê Fuhro Souto (PV) e Marcelo Bagé (PL).
O voto decisivo
O principal movimento neste cenário é de Fuhro Souto, cujo partido integra a federação com PT e PCdoB e apoiou a candidatura de Marroni no segundo turno. Além disso, Cauê era um dos nomes do outro bloco, formado por vereadores do PP, PSB, PT, PSOL, PSDB e Cidadania, que defende o nome de Michel Promove (PP) para a presidência.
Com 21 vereadores na Câmara, há uma divisão, com dez vereadores mais próximos do futuro governo e outros dez inclinados à oposição, com o voto de Cauê sendo decisivo para a definição da mesa diretora.
Outro lado vê hostilidade e traição
A troca de lado de Cauê foi interpretada como uma “facada nas costas” por parte dos apoiadores de Michel Promove.
O PP sustenta a candidatura de seu vereador para a presidência, enquanto a equipe de transição do governo eleito, que tentava estabelecer um diálogo com PSD e UB, fecha as portas e rompe qualquer possibilidade de tratativa. O vereador Jurandir Silva (PSOL), que será o líder do governo Marroni na Câmara, considera que o movimento pela oposição teve “elementos de hostilidade” à futura gestão.
A eleição da presidência será no dia da posse, 1º de janeiro. Vale lembrar que dentro destas duas semanas tudo pode mudar, e é bem possível que a formação final da mesa diretora do Legislativo seja definida na última hora, minutos antes da posse de Marroni. Do mesmo jeito que o clima de animosidade surgiu, a paz pode voltar entre os vereadores… pelo menos por alguns dias.