Foi desencadeada nesta terça-feira (17), em 34 cidades gaúchas e em uma catarinense, a “Operação Desarme” do Grupo de Ações Especiais de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (Gaeco/MPRS), em conjunto com o Ministério Público Militar da União (MPM), Exército Brasileiro (EB) e com o apoio da Brigada Militar e Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). Entre os municípios do RS, dois ficam na Zona Sul: Canguçu e Pinheiro Machado
O objetivo é coibir uma fraude na concessão e manutenção de registros para Colecionador, Atirador e Caçador (CAC) no Estado, já que criminosos estavam fazendo falsas declarações de idoneidade para obter as permissões do Exército e, assim, ter o direito de adquirir armamentos que depois eram repassados para facções para que elas cometessem os mais diversos crimes.
Desta forma, traficantes, homicidas, assaltantes, sequestradores, estelionatários, entre outros criminosos, sendo que, alguns já condenados e outros alvo de processos ou investigações policiais, estavam adquirindo armas e munição como CACs após omitirem possuir antecedentes criminais.
De acordo com o MPRS, dois CACs estão atualmente dentro de presídios, dois usam tornozeleira eletrônica, outro tem 23 ocorrências contra si por estelionato e ainda há um que, em 2015, trocou tiros com policiais penais dentro do Hospital Vila Nova, em Porto Alegre, quando, junto com comparsas, foi ao local para matar um apenado em custódia durante atendimento médico.
Em balanço parcial divulgado às 9h, havia um preso em flagrante por porte ilegal de armas, cerca de 90 munições, mais de 60 armas, um drone e diversos documentos apreendidos.
Investigação
O Gaeco identificou nove CACs com fortes indícios de terem ligações com organizações criminosas. Outros 32 CACs investigados pelo MPM estão envolvidos em crimes de fraude perante o Exército e em demais irregularidades. Nesta primeira fase da investigação, foram detectadas 141 armas irregulares em razão de declarações falsas e demais crimes cometidos. Todas são alvo de apreensão nesta terça-feira.
Foram cumpridos 82 mandados de busca e apreensão, inclusive em quatro casas prisionais, com auxílio de cão farejador para busca de celulares. O coordenador do Gaeco, promotor de Justiça André Dal Molin, ressalta que “o Gaeco está atento à obtenção e comércio ilegal de armas de fogo e atua em parceria com o MPM para combater os crimes correlatos”.