O Rampa Innovation Hub, no bairro Quartier, recebe, até sexta-feira, a primeira edição da Semana da Inteligência Artificial (IA). Com entrada gratuita, o evento é organizado pelo Hub de Inovação em Inteligência Artificial da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e tem o objetivo de reunir a comunidade regional interessada em IA. Como parte da programação, o evento conta com Workshops, mesas redondas e palestras com especialistas na área, apresentando exemplos práticos e avanços científicos.
Um dos principais objetivos do Hub de Inovação em IA é promover a compreensão e o uso responsável da IA. Segundo um dos membros ativos do Hub e organizador do evento desta semana, Ulisses Brisolara, é necessário incentivar boas práticas e o uso adequado dessas tecnologias, seja por pesquisadores ou empresas. Ele também explica que as discussões movidas durante os encontros servem para ajudar o público a se familiarizar e entender com segurança e clareza do que se trata esses mecanismos.
“A gente queria juntar os atores de IA da região, expor eles para as empresas, para os alunos que têm interesse e também para as áreas de pesquisa que são alheias à computação, mostrando como se pode usar a inteligência artificial e como ela pode ajudar do jeito correto”, esclarece o professor.
Problemas do uso incorreto
Na leitura de Brisolara, com o aumento do acesso à informação, as pessoas começaram a utilizar a IA de uma maneira incorreta. O problema disso é a venda de uma informação ou produto que não funciona na prática. No âmbito da pesquisa, o erro se torna ainda mais severo, no caso de falha metodológica no treinamento de modelos. Nesse sentido, além de impulsionar o desenvolvimento da IA, as atividades contribuem para o letramento, o que ajuda a sociedade a lidar com essas tecnologias.
Oportunidade de empreender
Somado às oportunidades únicas de networking entre participantes, a iniciativa busca desenvolver a disseminação do conhecimento em IA na região, de modo a incentivar a colaboração entre diversos setores envolvidos. Através desse engajamento, a intenção é fazer outras pessoas se motivarem a empreender e implementar soluções em Pelotas ou na Zona Sul, sabendo que existe um ecossistema de conhecimento e oportunidades favoráveis.
“A universidade licencia a patente, mas não vende o produto. É preciso que o ecossistema perceba que o conhecimento que está aqui pode virar um produto. E a gente sabe que na economia do conhecimento é onde está a grande massa de dinheiro. Então, se eu faço produtos tecnológicos, vem muito mais dinheiro do que se eu estiver fazendo produção de soja, arroz ou carne […] E, por outro lado, nesse contexto de agronegócio, dá pra melhorar e prever situações de mudança climática, detectar pragas, por exemplo”, explica.
IA como ferramenta de trabalho
Integrante de uma das mesas redondas da tarde de ontem, o advogado Guilherme Monks participou da discussão sobre o uso da inteligência artificial nas atividades profissionais, e comentou especialmente sobre as tarefas do seu escritório. Ele conta que o emprego de ferramentas de controle processual, de leitura de publicações ou de envio de informações para clientes, se intensificou nos últimos anos e facilitou o ofício. Outras ferramentas, ainda, sugerem condutas e constroem peças jurídicas, tudo sob a devida análise do profissional.
Saiba mais
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas através do site.