Somente este ano, a Delegacia de Polícia Civil de Capão do Leão já prendeu sete suspeitos de cometerem crimes sexuais. Até outubro foram instaurados 25 inquéritos, além dos acolhimentos de crianças cujos acusados são pais e mães. Parte desse desempenho tem a colaboração da denúncia anônima que ajuda a investida policial. Com o aumento dos casos, a delegacia conta com dois cartórios voltados a esse tipo de apuração e os resultados acendem um alerta.
O cartório tem o foco nos crimes praticados contra vulneráveis que seriam o idoso, a criança, a mulher e pessoas com deficiência. No caso de violência contra a mulher, até outubro, a cidade registrou 44 lesões corporais, 52 ameaças e uma tentativa de feminicídio. Estupros foram cinco e, se aumentar o perfil das vítimas, os números podem ser bem maiores, o que fez os agentes trabalharem na identificação não só dos abusadores, mas também de quem comete maus tratos. “São números que têm servido de alerta e, por isso, os cartórios tentam cada vez mais em resultados mais sólidos”, diz o titular da delegacia, Sandro Bandeira.
Como funciona
A ocorrência percorre três caminhos: se vai ser ativada ou arquivada; se ativada, vai para o cartório e por fim para investigação. Ocorre que muitas vezes o crime não chega até a polícia. “Às vezes, aquele agressor pode não ter chegado ao nível extremo com a vítima, mas isso pode ser um comportamento repetitivo. Notamos que, às vezes, uma mesma pessoa não fez apenas uma vítima ao longo da vida, ela fez várias. Então essa notificação também nos permite proteger outras eventuais vítimas futuras”, comenta. As equipes observam que o WhatsApp tem ajudado bastante com as denúncias. O contato é o (53) 3275-1414. É mantido sigilo absoluto.