Com o Porto próximo ao distrito industrial, os ventos intensos e as águas profundas, Rio Grande é vista como o potencial do Estado para ter uma planta de produção de hidrogênio verde (H2V). Diante da aptidão, a empresa japonesa Shizen Energy assinou um memorando de entendimento com a Portos RS para estudos de viabilidade para a construção de um parque eólico offshore no litoral gaúcho e de uma usina de hidrogênio verde.
A implementação do parque é aliada ao processo de extração do combustível porque toda a cadeia de produção de H2V precisa ser oriunda de fontes de energia renováveis e, nesse sentido, a eólica offshore é a mais adequada para a demanda. A escolha de Rio Grande é pelo centro logístico estratégico em que a produção pode facilmente ser exportada pelo Porto. “A proposta da Shizen, eles têm olhado nesse sentido para fazer a produção aqui próximo do Porto e depois a movimentação toda de exportação”, diz o presidente da Portos RS, Cristiano Klinger.
O potencial do Estado para a produção do hidrogênio verde também passa pela demanda do mercado interno que pode absorver processos oriundos do H2V, como a produção de fertilizantes. “Um dos grandes diferenciais também do nosso Estado é a possibilidade desse consumo interno do hidrogênio verde”, diz Klinger. Vantagem que foi apresentada a investidores em missão na Ásia da Portos RS com o governo do Estado.
Foco do investimento
“Para mostrar que é possível sim atrair esses investimentos e que temos condição de receber uma planta de hidrogênio por interesse dessa energia gerada, que temos capacidade da produção aqui e a competitividade para essa produção”. Klinger destaca que além da Shizen outras empresas asiáticas também demonstram interesse em desenvolver hidrogênio verde na região. “Estamos prontos para receber os investimentos e poder também ser esse agente no processo todo de transformação energética do nosso Estado”.
Offshore
De acordo com Klinger, já há mais de 20 projetos para a construção de parques eólicos offshore no litoral gaúcho cadastrados para receber o licenciamento ambiental do Ibama. Etapa que é essencial para a viabilidade da implementação de plantas de hidrogênio verde. “Porque tu vai produzir um grande volume de energia limpa que é necessário para a produção do hidrogênio verde pela cadeia toda”, diz.
Mesmo que boa parte dos projetos eólicos não sejam para Rio Grande, toda a produção de hidrogênio verde deverá ser escoada pelo Porto rio-grandino. “Porque eles estão para fazer todo o estudo dentro do Estado e pela atividade portuária”.
Com a infraestrutura logística oferecida por Rio Grande e os potenciais naturais do litoral, Klinger destaca que a região está caminhando para implantar a primeira produção de hidrogênio verde. “São potenciais que nos trazem grandes benefícios para investir nesse setor”.
Hidrogênio verde
O hidrogênio verde (H2V) consiste no hidrogênio gerado por energia renovável, sendo energético de vasta aplicabilidade com emissões de carbono significativamente menores do que o H2 cinza ou demais combustíveis fósseis. Já foram assinados memorando de intenção para a produção do combustível com Rio Grande, Santa Vitória do Palmar e São José do Norte.