A um mês de assumir a prefeitura de Pelotas, o prefeito eleito Fernando Marroni (PT) acompanha o processo de transição e deverá anunciar o secretariado na próxima semana. Nesta segunda-feira (2), Marroni irá se reunir com a atual prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) para elencar tópicos mais sensíveis. “O processo está evoluindo bem, e vai se intensificar com a nomeação dos secretários para fazer uma relação direta em cada uma das secretarias, staff para staff, para identificar as prioridades”, diz.
Um dos principais anúncios feitos até agora pela equipe de transição foi a extinção de seis assessorias especiais – que têm status de secretaria – e a criação de cinco novas secretarias, incluindo temas como Defesa Civil, Igualdade Racial, Mulher e Esportes. O prefeito eleito defende que a medida foi adotada para otimizar a atuação através de secretarias estruturas, “sem aumentar nem diminuir nada”.
Para o primeiro ano de governo, o objetivo é promover uma reforma administrativa completa. “Não temos hoje como fazer um diagnóstico bastante criterioso e fazer uma reforma administrativa de imediato”, explica.
“Vamos mudar completamente a gestão, vamos sair do analógico para o digital, facilitar os serviços para responder mais efetivamente às demandas. Nós já vamos começar a implantar novos sistemas para chegarmos até o final do ano com uma outra estrutura mais apropriada para os tempos modernos”, afirma.
Secretariado e Câmara
Marroni ainda não adianta nenhum nome que irá ocupar as secretarias de seu governo, e afirma que a discussão está sendo feita com partidos da coligação e outros partidos que se aproximaram a partir de articulações com a Câmara de Vereadores. “Estamos finalizando esse ajuste, que é um quebra-cabeça, porque queremos ter diversidade de gênero, diversidade étnica, qualificação técnica e confiança política. Estes são os pilares para a identificação de novos secretários”, diz.
A relação entre a prefeitura e a Câmara teve ruídos nas últimas semanas, quando o presidente do Legislativo, vereador Anderson Garcia (PSD), retirou projetos do governo de pauta e ameaçou não colocar em votação o projeto que autoriza a prefeitura a pagar o 13º salário dos servidores em dia. “O presidente da Câmara queria que eu opinasse, e não é da minha competência. A administração está em curso e a Câmara de Vereadores está com seus mandatos”, opina Marroni.
Sem interferir diretamente nessa discussão, Marroni defende uma relação diferente entre o governo e os vereadores. “Vou tratar a Câmara como deve ser, e espero que a gente tenha boas relações. De minha parte, não vai haver nenhuma hostilidade e nenhuma chantagem com a Câmara de Vereadores”, garante.
Futuro
O prefeito eleito vê com otimismo as expectativas para o futuro da região, e sustenta que Pelotas deve se preparar para atender as demandas que irão surgir a partir de áreas como o Porto e o Polo Naval de Rio Grande e a exploração da Bacia de Pelotas.
“Temos que preparar nossa cidade e aproveitar as oportunidades. Já abri diálogo com as entidades empresariais, com os setores da economia, para que a gente possa não perder nenhuma oportunidade que se avizinha para a nossa região e ser propositivo no tema do desenvolvimento local”, fala.
Outro tema constantemente levantado por Marroni é a adoção de transporte por trens entre Pelotas e Rio Grande. Segundo ele, está em andamento um novo estudo de viabilidade técnica para o uso da ferrovia. “Agora o Polo Naval vai aumentar essa demanda, tem muita demanda de estudante, de trabalhadores, então precisa ter uma nova concessão, que deve acontecer em 2025”, diz.
Brasília
Nos últimos dias, Marroni esteve em Brasília ao lado de outros prefeitos. Um dos encontros foi com a ministra da Saúde, Nísia Trindade. “Pelotas é uma das cidades onde se gestou a reforma sanitária, que depois se transformou no Sistema Único de Saúde. A ministra se comprometeu para que a gente possa reestruturar bem o sistema de saúde para que a gente possa vencer o desafio das filas, dos exames e das cirurgias”, diz Marroni.