Maioria das cidades da região destina resíduos para aterros sanitários
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Saneamento

Maioria das cidades da região destina resíduos para aterros sanitários

Infraestrutura é ambientalmente a mais adequada para o descarte de lixo

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Atualizado sexta-feira,
29 de Novembro de 2024 às 10:24

Maioria das cidades da região destina resíduos para aterros sanitários
Candiota é o principal receptor de resíduos na região Sul

A maior parte das cidades da Zona Sul atende as diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos, utilizando o aterro sanitário, infraestrutura ambientalmente mais correta, como destino final para os resíduos sólidos. Os dados do Suplemento de Saneamento da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (MUNIC), divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (28), demonstram que o lixão seria utilizado como disposição de dejetos somente em Arroio do Padre.

O levantamento aponta que ao menos 17 municípios dos 22 da região têm área de transbordo nas cidades, ou seja, locais para o depósito do lixo, que posteriormente é encaminhado a aterro sanitário. Neste caso, o aterro sanitário mais utilizado é o de Candiota. Localizado em uma área antiga de mineração, a infraestrutura é a mais adequada para receber resíduos por não agredir o meio ambiente ou ameaçar a saúde humana.

“O aterro sanitário é o sonho de consumo porque tu vai confinar o resíduo, vai coletar o chorume, que vai para uma estação de tratamento de afluentes, tem coleta de gases”, diz o professor da Engenharia Ambiental da UFPel, Érico Kunde Corrêa.
Apesar de seguir o que determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos, o professor destaca que a diretriz é atendida parcialmente. Isso porque o aterro sanitário só deve receber rejeitos, ou seja, conteúdo que não pode ser reciclado, porém, como boa parte da população não realiza a separação adequada do lixo para a coleta seletiva, não é isso que acontece. “Em Pelotas tem cooperativas de reciclagem, mas segregamos muito pouco no município”.

Kunde ressalta que inclusive a matéria orgânica é reciclável por meio da compostagem. “Ela também não pode ir para o aterro. Mas ainda mandamos muito material para o aterro”, diz. Apesar da região ter avançado significativamente na destinação dos resíduos, o professor ressalta que ainda há muito trabalho a ser feito. “Dentro do cenário nós não somos os mais feios”.

Limpeza urbana e lixões

De acordo com os dados do IBGE, Arroio do Padre ainda teria a área denominada como vazamento a céu aberto, o que também é considerado lixão. Além disso, Cerrito também aparece como uma das cidades a possuir esse tipo de área, no entanto, o município também é incluído na lista dos que usam aterro sanitário.

Já Aceguá é listado como um dos oito municípios do país que não possuem o serviço de limpeza urbana e gestão de resíduos. No entanto, o prefeito Marcus Vinicius Godoy (PSDB) contesta a informação e afirma que os serviços são executados e que o lixo é encaminhado a Candiota.

O professor Érico Kunde destaca que entre os motivos para a existência de lixões mesmo com o prazo final estabelecido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos para o fim dessas áreas ser agosto de 2024 está a falta de recursos. “Falta dinheiro para saúde e educação, então a maioria dos municípios pequenos deixou de pagar para enviar o lixo para aterros, aí a prefeita (o) reativa o lixão”.

Para ele, é necessário o incentivo de outros entes federativos com linhas de créditos para o financiamento da adequação às práticas do saneamento básico. “Tu não tem controle nenhum do que está entrando de resíduos, seguido se encontra animal morto, tem lixo hospitalar, o local é altamente patógeno”, diz sobre os lixões.

Aterro sanitário de Candiota

Os resíduos sólidos de 42 municípios do Estado são destinados ao aterro sanitário de Candiota. As atividades no local são executadas em áreas licenciadas e com reaproveitamento de cavas de mineração. No aterro é trabalhada a captação do gás do lixo para geração de energia limpa.

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