Há cerca de 15 anos a Bibliotheca Pública Pelotense se dedica à formação de leitores ainda na infância. O trabalho é realizado por meio do projeto A Hora do Faz de Conta, em um espaço dedicado ao público infanto-juvenil na BPP. Bem como de forma itinerante, com visitas periódicas de um ônibus literário que abriga mais de 300 títulos, às escolas públicas. Com isso, anualmente mais de 6,5 mil crianças participam de leituras fomentadas pela Bibliotheca.
Além de promover o gosto pela leitura desde cedo, as atividades também visam estimular imaginação, criatividade e integração social. Em um ambiente acolhedor, colorido e repleto de prateleiras de livros ilustrados, a Hora do Faz de Conta é realizada de forma lúdica em que as leitoras estão fantasiadas de personagens conforme a história do título. “Nós precisamos de espaços encantadores para que as crianças aprendam a gostar do livro”, diz a presidente da entidade, Lisarb Crespo da Costa.
Ela explica que a iniciativa nasceu a partir do período de fechamento intenso de editoras e livrarias e do cenário de falta de incentivo à leitura. “Nós pensamos o que fazer para fazer com que o livro volte a ser importante e para nós é a formação de leitores”. O projeto é voltado majoritariamente a escolas públicas, principalmente aquelas que carecem de livros ou de bibliotecas adequadas. “O livro forma o emocional das crianças, elas conseguem com isso externar melhor as suas emoções. Nós apostamos nessa formação”, ressalta.
O sucesso do A Hora do Faz de Conta é tanto que há uma lista de espera de escolas interessadas em levar os alunos para a atividade na biblioteca, que é realizada quase diariamente. Diante da intensa movimentação, são registradas cerca de 3,5 mil saídas de livros por ano, sendo mais de 1,2 mil apenas no setor infanto-juvenil, a área com o maior índice de empréstimo. “As crianças trazem o pai e a mãe para se associarem e retirarem os livros”.
Curiosidade que desperta o leitor
Há quatro anos, Evelin Suchard é uma das colaboradoras responsável pelas contações de histórias no espaço infanto-juvenil. Ela observa que quanto mais nova é a criança maior é a curiosidade dela pelos livros. “Elas têm muito interesse por livros, se interessam por entender o que tem no livro”.
Evelin explica que A Hora do Faz de Conta é para proporcionar um momento mágico em que a imaginação é aguçada com a leitura. “Com a potencialidade que uma história tem de criação na nossa mente”. Se tornando leitores, frequentemente os pequenos retornam para retirar algum título. “Tem crianças que começaram bem pequeninhas e continuam frequentando”.
Bibliocanto
Para as escolas que não têm condições de deslocar os alunos até a Bibliotheca, o ônibus chamado bibliocanto faz o transporte dos estudantes. O veículo doado à entidade pela Embaixador também possui o acervo de 300 títulos. “As visitas às escolas também incluem a democratização do acesso ao museu da biblioteca”, diz Lisarb.
Além da leitura, nas escolas são promovidas atividades como escavação arqueológica, oficinas de educação patrimonial e tour pela cidade. “Para que eles conheçam os prédios históricos e seus bairros”.
