O jornal A Opinião Pública publicou uma entrevista com o advogado Alfredo Lisboa Ribeiro, conselheiro municipal (vereador) de Uruguaiana. No meio do mês de novembro, Ribeiro vinha de Buenos Aires e estava de passagem por Pelotas, hospedado no Hotel Alliança. A próxima parada era Porto Alegre.
O conselheiro fugiu de Uruguaiana, via Paso de Los Libres, província argentina, depois que um levante militar tomou o município gaúcho. O movimento golpista se instalou por volta das 3h do dia 29 de outubro, surpreendendo a população.
O 5º Regimento de Cavalaria anunciou o levante com uma descarga de tiros na praça da Rendição (praça Barão do Rio Branco, desde 1943). Imediatamente os revoltosos tomaram a cidade, estabelecendo linhas nos bairros e impedindo a saída de qualquer pessoa.
Para deixar a cidade era preciso um salvo conduto, concedido pelo governador militar, o capitão do Exército Juarez Távora, com aval do governador civil, Lúcio V. Magalhães. No dia seguinte, Távora comandou um contingente para atacar Alegrete, sendo substituído pelo coronel Virgílio Vianna, um dos chefes assistentes da revolução de 1923.
No início de novembro, Ribeiro conseguiu sair de Uruguaiana ao se passar por empregado de Arnaldo Ballvé. No porto, o soldado revolucionário que fazia a guarda não o reconheceu e o deixou pegar a lancha para Libres.
Exemplo paulista
A Revolta Paulista de 1924, ocorrida em 5 de julho, instigou vários levantes em outros estados, como o Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Amazonas e Sergipe, mas não tiveram sucesso significativo. Os militares tenentistas de São Paulo queriam derrubar o governo federal de Artur Bernardes.
Orquestração
O levante de Uruguaiana foi ordenado pelo general Isidoro Dias Lopes, que comandou outros insurgentes nas guarnições de Santo Ângelo, São Luiz, São Borja, ltaqui, Sant’Ana, Alegrete, Dom Pedrito, Jaguarão e Bagé. O movimento trouxe de volta ao país os chefes revolucionários Honório Lemos e Zeca Neto. Lemes chegou a ser comandante em Uruguaiana. Mas em 5 de novembro as tropas legalistas retomaram o município. Os eventos prosseguiram até o início de 1925.
Fonte: A Opinião Pública/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; wikipedia.org
Há 50 anos
GB compra casas do núcleo Padre Réus
A GB – Companhia de Crédito Imobiliário comprou em leilão 28 casas do Núcleo Residencial Padre Réus, pelo valor de Cr$ 32.562,14, porém a previsão inicial era de que o conjunto de imóveis saísse por 55 mil cruzeiros.
Os imóveis financiados foram a leilão por falta de pagamento. Na época, o deputado estadual Lélio Souza defendeu os moradores, dizendo que os débitos tinham dois motivos. Um deles foi de que a companhia que ficou à frente do empreendimento não observou os contratos originais. A outra razão apontava para os imóveis, que foram considerados fora dos padrões do Banco Nacional de Habitação (BNH), que não teria fiscalizado a obra financiada pelo próprio órgão.
Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense