Cerca de uma semana antes do Dia da Consciência Negra, a sala do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) do Instituto Federal Sul-Rio Grandense – Campus Visconde da Graça (Cavg) teria sido alvo de depredações.
No local, foram encontrados itens simbólicos e móveis destruídos. Um cachorro também foi visto na sala. No entanto, a coordenadora do Neabi descarta que tenha sido ação do animal e aponta depredação por intolerância. A Polícia Federal foi acionada pela instituição para investigar o ocorrido.
Espaço de debate sobre questões étnico-raciais e da promoção da valorização da cultura e história afro-brasileira e indígena, atualmente a sala do Neabi do IFSul-Cavg está com as portas fechadas. O local foi encontrado no dia 15 de novembro parcialmente destruído e todo bagunçado. “Quebraram uma poltrona, a imagem de Xangô, rasgaram o livro da Lei 10.639, objetos simbólicos. Bagunçaram e chutaram tudo”, relata a coordenadora do Núcleo, Aline Machado.
Conforme a professora, desde o ano passado que o Neabi tem sido atuante no Cavg e para ela a movimentação teria sido motivo de insatisfação. “Acreditamos que seja um crime motivado pelo ódio, intolerância e racismo. Estamos muito tristes com tudo isso que aconteceu”. Aline destaca que ainda não há nenhuma suspeita sobre a autoria da ação, mas descarta que possa ter sido feita pelo cachorro encontrado na sala.
“A gente não sabe quem foi que fez, mas colocaram um cachorro. Com certeza não foi o cachorro, plantaram ele lá. Tem marcas nas paredes e nas portas, está tudo revirado e destruído”. A coordenadora relata ainda que uma nova sala foi destinada ao Núcleo e que novamente o espaço teria sido atingido. “Queremos que a pessoa que fez isso seja punida. A nossa nova sala já foi vandalizada, alguém com um prego riscou os vidros da sala”.
De acordo com o diretor do Cavg, Marcos André Betemps, um ofício foi realizado na Polícia Federal e um processo de investigação interna aberto no IFSul.