As notícias que chegam de Brasília sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022, que incluíram o estudo e montagem de um plano, por parte de militares, para assassinar o presidente e vice eleitos, Lula e Geraldo Alckmin, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, trazem mais um capítulo à triste página de extremização política que o Brasil vive. Perder e ganhar eleição é do jogo, é natural. Não aceitar e partir para o crime ou para o terrorismo fazem parte de uma doença que acomete o nosso país e precisa ser tratada com urgência.
O fato chega menos de uma semana após outro fato de extremização, o atentado a bomba na Praça dos Três Poderes em que, felizmente, não houve grande impacto. No entanto, mais uma vez o fanatismo político, a paixão exacerbada e a tentativa de, à força, impor sua visão esteve no fato. Os relatos do adoecimento do terrorista, por paixão política, feito por amigos e familiares, são mais um sintoma visto diariamente nas ruas de nosso país. Quando a convicção ideológica passa a ser motivo de cegueira, o jogo democrático perde o sentido.
É momento de pararmos e refletirmos sobre como, enquanto sociedade, estamos encarando a política. Embora, felizmente, não tenhamos vivido a extremização em nível municipal nos últimos pleitos, essa guerra política interfere inclusive nas nossas relações. Não é possível nem aceitável ver as pessoas indo para caminhos tortos por conta do fanatismo e, de quebra, tentando poluir instituições-base da nossa nação, como o Exército.
É momento de trabalhar pela conciliação, de identificar possíveis novos focos dessas células e estancar pela raiz essa ânsia golpista e terrorista que vem nascendo em submundos da nossa pátria. Ganhar e perder eleições é natural e gestão e oposição devem caminhar lado a lado, pelo saudável caminho democrático e com a alternância natural de poder entre visões que se complementam para o desenvolvimento do nosso país. Quando se tenta romper isso na marra, todo mundo perde.