Como cuidar da sua saúde no verão?

Corpo e Mente

Como cuidar da sua saúde no verão?

Usar filtro solar e evitar exposição ao sol no momento mais quente do dia, além de boa alimentação e hidratação, são as chaves

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Atualizado domingo,
17 de Novembro de 2024 às 15:44

Como cuidar da sua saúde no verão?
Chegada do calor exige alguns cuidados com a saúde, especialmente com a pele (Foto: Jô Folha)

Dias mais longos, iluminados e quentes: o combo perfeito para curtir momentos ao ar livre. A chegada do verão, estação preferida de boa parte da população, para ser aproveitada ao máximo exige alguns cuidados especiais.

Entre eles, boa hidratação e alimentação saudável, assim como alguns cuidados com a pele e a exposição solar, são considerados detalhes chave pelos especialistas.

Conhecida como maior órgão do corpo humano, a pele está permanentemente em contato com o meio externo. Por isso, com o aumento dos índices de raios ultravioleta e, por consequência, da temperatura, é quem mais sofre.

Conforme o dermatologista e professor da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Ralph Vighi da Rosa, a exposição de forma demasiada à radiação ultravioleta acaba causando modificações na pele e na estrutura genética da célula.

“Pode-se desenvolver doenças, agravar doenças pré-existentes, gerar uma reação de sensibilidade no organismo e na pele, sofrer com queimaduras solares, com a radiação e todas as consequências que ela traz a curto e longo prazo”, explica.

Existe uma melhor forma de exposição ao sol?

A partir do mês de dezembro, aumentam de forma considerável a radiação e o calor. Por isso, a recomendação é dar preferência à exposição ao sol nos primeiros horários da manhã e à tardinha, períodos em que o calor é menos intenso.

Evitar a exposição solar entre 10h e 16h é a prática desejável. “Quem pega sol nesse horário sabe que vai se queimar e os efeitos não são apenas a curto prazo, mas também cumulativos ao longo da vida”, explica o dermatologista.

Existem dois tipos de bronzeamento: o primeiro, considerado o pior tipo, é quando a pessoa se expõe muito rapidamente ao sol. Existe uma oxidação da melanina (substância que dá cor à pele), a cor vem rapidamente, mas da mesma forma se perde.

A exposição menos danosa, de acordo com da Rosa, seria a gradual e lenta. “Não é uma verdade absoluta, porque ambas são danosas, mas a pessoa que vai se expondo aos poucos, o corpo vai sendo induzido pela radiação a produzir mais a melanina e bronzeando de forma mais demorada”, diz.

Quem deve ficar mais atento?

O público mais suscetível ao aumento do calor e chegada do verão são as crianças. A Sociedade Brasileira de Dermatologia orienta que não se aplique protetor solar em bebês até os seis meses de idade.

São maiores as chances de uma reação alérgica ocorrer, devido ao fato de o sistema imunológico e a própria pele do recém-nascido não estarem plenamente desenvolvidos, deixando a criança mais vulnerável.

Após esse período, conforme da Rosa, existem alguns protetores solares específicos que podem ser usados em crianças. Também, devem ser usadas barreiras físicas contra o sol, como roupas de proteção a radiação ultravioleta, guarda-sol e chapéu. Essas práticas também devem ser usadas pelos públicos de outras idades.

Como usar corretamente o filtro solar?

Todas as pessoas devem usar fotoproteção de forma rotineira. A regra vale para todas as idades, sexo, etnia e faixa etária. Os cuidados devem ser redobrados no grupo de maior risco, que são pessoas com pele, cabelos e olhos claros.

O filtro solar deve ser aplicado logo cedo na pele. O ideal é esperar que ele seque antes de passar outro produto. Também, é necessário esperar 15 minutos após a aplicação para sair, e reaplicá-lo a cada duas horas ou após o contato com a água.

Protetor solar é item indispensável no verão (Foto: Jô Folha)

Dentre os mitos existentes e que persistem até hoje, estão que filtros solares fazem efeito somente até o fator 30. “O uso de fatores mais que 30 faz diferença sim, especialmente para pessoas de pele mais clara ou que já tenham tido câncer de pele”, diz o médico.

Para gestantes, a indicação é usar um filtro físico que não tenha absorção na pele, assim como para pessoas alérgicas também. “O ideal é que esses grupos de pessoas visitem um dermatologista para orientação especial”, comenta da Rosa.

Sobre quantidades, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) orienta a regra da colher de chá:

Rosto, cabeça e pescoço
• uma colher de chá

Frente atrás do dorso
• duas colheres de chá

Braço e antebraço direito
• uma colher de chá

Braço e antebraço esquerdo
• uma colher de chá

Coxa e perna direita
• duas colheres de chá

Coxa e perna esquerda
• duas colheres de chá

Em caso de queimadura intensa, o que fazer?

Em caso de queimadura intensa, o mais indicado é procurar atendimento médico com urgência. Da Rosa explica que a queimadura pode causar ardência, aumento da temperatura corporal, sintomas de febre, dor muscular, dor de cabeça, desidratação entre outros.

“Dependendo do grau de queimadura, podem surgir bolhas na pele, a temperatura corporal e processo inflamatório serem tão grandes que podem causar risco de vida”, informa.

Elas são classificadas em três tipos

Primeiro grau: quando a pele fica quente, vermelha e ardendo.
Segundo grau: ocorre dor, inchaço e bolhas.
Terceiro grau: é o caso mais grave, quando a camada mais profunda da pele é atingida e as bolhas formadas são mais intensas.

Alimentação como aliada à saúde

A alimentação é uma importante aliada no enfrentamento do período mais quente do ano.

De acordo com a professora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e nutricionista, Denise Halpern, para dias quentes, o ideal é optar por alimentos crus como frutas, verduras e legumes, porque eles contém mais água; fazer pelo menos três refeições ao dia com alimentos grelhados, assados ou cozidos e sem adição de condimentos processados e optar por gorduras vegetais, como, óleos vegetais e azeite de oliva, moderadamente.

Consumo de frutas,
legumes e verduras é fundamental para o bem estar no verão (Foto: Jô Folha)

“Devemos priorizar a hidratação: entre 35 e 45 ml de água por quilo de peso corporal do indivíduo”, orienta a nutricionista.

É indicado evitar alimentos processados, gordurosos e açucarados, bebidas alcoólicas, excessivamente açucaradas ou com cafeína. Também bebidas energéticas com ou sem açúcar e evitar comer rápido e em grande volume.

Após a prática de exercícios físicos ao ar livre, o atleta deve cuidar da hidratação, que pode ser feita com água, isotônicos e água de coco. “Devemos repor após uma hora de exercício carboidratos e proteínas”, diz.

Conforme Denise, a reposição de carboidratos é importante, pois nesse momento existe um ambiente metabólico que proporciona a reposição do glicogênio muscular.

“As proteínas ajudarão na reparação e manutenção da massa muscular. Existem várias formas de fazer essa reposição, tanto com alimentos naturais como suplementos alimentares, sob prescrição nutricional”, orienta.

 

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