Neste domingo (17) acontece a segunda edição da Maratona Sesc de Pelotas. As provas de 42 (maratona) e 21 quilômetros (meia maratona) têm largada às 6h em frente ao Mercado Público pela Tiradentes. As rústicas de cinco e dez quilômetros começam às 8h30min no mesmo local, enquanto a caminhada de 2,7 quilômetros inicia às 9h30min.
Cerca de três mil pessoas se inscreveram, um aumento de quase 40% em relação à estreia, em 2023. Pelo menos dez estados do país terão representantes no evento, além de países vizinhos como Argentina e Uruguai. A prova é certificada pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) com o selo Permit Ouro.
A organização premiará os ganhadores com medalhas e troféus. A prova principal vai render prêmios de R$ 1 mil a R$ 5 mil aos cinco primeiros colocados na categoria elite, além de um fim de semana em hotéis do Sesc em Gramado, Torres e Porto Alegre, respectivamente, aos primeiros, segundos e terceiros dos naipes masculino e feminino.
Organização
A estrutura começa a ser montada nesta sexta no entorno do Mercado. As ruas Lobo da Costa, 15 de Novembro e Tiradentes já serão afetadas. O monitoramento e a sinalização do evento ficam a cargo de agentes da Secretaria de Transporte e Trânsito (STT). Todas as vias que aparecem no percurso dos 42 quilômetros estarão bloqueadas total ou parcialmente.
“Em cada esquina que a maratona vai passar nós teremos um oficial nosso conduzindo o atleta e as pessoas. Um dos grandes cuidados que o Sesc está tendo é manter a segurança do atleta e dar o direito de ir e vir às pessoas”, afirma o diretor do Sesc Pelotas, Luís Fernando Parada.
Os kits podem ser retirados de última hora no Mercado Público das 5h às 9h de domingo. O trajeto completo de cada uma das provas do evento pode ser acessado neste link.
Primeira edição
Em 2023, o campeão da categoria elite masculina foi o baiano Fábio Ramos dos Santos, que concluiu os 42.195 metros em 2h30min04s. Na elite feminina da maratona, Pamela Borba garantiu o primeiro lugar ao finalizar o percurso em 3h10min22s.
Nas meias maratonas do ano passado, os vencedores foram atletas da região. Renan Barckfeld (21 quilômetros em 1h11min29s) se sagrou campeão entre os homens e Luísa Giampaoli, que morreu em julho, foi a ganhadora entre as mulheres (1h21min50s).
“A corrida transforma vidas. Eu como pessoa não tenho nada a ver com a Rafaella de 2020”, diz Rafaella Araújo (Foto: Arquivo pessoal)
Benefícios de sobra
Rafaella Araújo, 31, participará da meia maratona em Pelotas pela segunda vez. A cirurgiã-dentista começou a correr com um objetivo que foi sendo moldado aos poucos até se tornar algo indispensável e que ela faz questão de disseminar. Desde 2023, integra a Paso Assessoria, coordenada por Pablo Oliveira.
“Era um tênis e um sonho. Eu não tinha um tênis específico de corrida, nem sabia o que era pace [ritmo médio], não tinha relógio, nada”, lembra Rafaella sobre o começo, em 2020. Inicialmente, corria duas vezes por semana. Depois, passou a notar os benefícios que os ciclos de treino geram para a organização da rotina de treinos, eventos e alimentação, por exemplo.
“Fui criando gosto. A gente começa a conhecer as pessoas correndo. Mesmo que não soubesse o nome, eram rostos familiares, e isso vai dando uma vontade de correr. Nessas corridas, conheci meu namorado e a gente começou a correr juntos. Comecei a correr três vezes na semana, os meus longos [distâncias maiores] foram aumentando”, conta.
Após correr sete quilômetros em Porto Alegre, decidiu investir na meia maratona. “Aquela energia só tu estando lá tu entende o quanto é empolgante. […] A corrida transforma vidas. Eu como pessoa não tenho nada a ver com a Rafaella de 2020”, resume.
“Os treinos de corrida são elaborados de acordo com a minha individualidade e capacidade corporal”, diz Giuliano Pinto (Foto: Arquivo pessoal)
Acompanhamento profissional
Giuliano Rodrigues Pinto, 48, participa de provas desde os 12. O servidor público estadual optou por correr os 42 quilômetros em Pelotas e não os 21 da meia. Em setembro, esteve na Maratona de Buenos Aires e quer concluir a terceira maratona da vida em um tempo inferior às primeiras.
Experiente em provas longas, Giuliano enfatiza a importância do acompanhamento profissional. “Desde setembro de 2019 não tive mais lesões musculares, o que demonstra a efetividade do trabalho”, afirma sobre a supervisão do educador físico Felipe Kurz, com quem trabalha força, resistência, mobilidade e equilíbrio.
Há dois anos, Giuliano faz acompanhamento sob orientação de Juliana Krüger, da Ju Krüger Assessoria. “Os treinos de corrida são elaborados de acordo com a minha individualidade e capacidade corporal, consistindo em corridas intervaladas, de velocidade, longas e de recuperação”, explica.
“A fase final do treinamento visa reduzir o volume de treino para que o corpo se recupere e esteja preparado para o esforço máximo”, explica Paulo Roberto Oswaldt (Foto: Arquivo pessoal)
Estágios da preparação
Paulo Roberto Oswaldt, 55, integra a Assessoria Esportiva Renan Barckfeld. Habituado a provas de longa distância, ele destaca que a preparação vai além do físico. O aspecto mental cumpre um papel crucial para o desempenho. No início do ciclo o essencial é a resistência e a recuperação muscular.
“Depois, nos últimos dias antes da prova, o foco muda. A fase final do treinamento visa reduzir o volume de treino para permitir que o corpo se recupere e esteja preparado para o esforço máximo. Isso inclui diminuir a quilometragem das corridas, mantendo a intensidade baixa, além de garantir uma alimentação adequada, com ênfase em carboidratos para garantir o estoque de glicogênio”, explica.
Às vésperas da prova, Paulo Roberto diz se preparar por meio da conferência de estratégias de hidratação e alimentação durante a corrida. Visualizar o percurso também é importante. “Este ano minha meta é estar novamente no pódio”, projeta o quarto colocado da categoria elite masculina em 2023 com o tempo de 2h39min53s.
