A capa da edição desta quinta-feira (14) do A Hora do Sul, com crianças encantadas olhando para a capa de um livro, é acalentadora. Em um momento em que os pequenos são empurrados para as telas pelos pais, vê-los explorar, de fato, mundos com infinitas possibilidades através dos livros estimula a criatividade e principalmente a leitura como hábito saudável. Ver milhares de crianças circulando pela praça Coronel Pedro Osório nas últimas semanas, tendo contato com o meio literário, já faz da Feira do Livro um grande sucesso.
O estímulo à leitura infanto-juvenil é papel fundamental de todos, não apenas de pais e mães. Hoje em dia é muito fácil largar uma tela na mão da criança e deixá-la ter acesso a um entretenimento vazio. Por isso, livros são presentes de ótimo gosto para levar a este estímulo. Trabalhar o lúdico, a imaginação e a curiosidade são caminhos que formarão adultos mais conscientes, críticos, interessados e interessantes. Dividir a criação do filho com os youtubers é um atentado contra a própria essência da formação da criança e um caminho que não tem mais volta.
Voltando à Feira do Livro, o fluxo de pessoas positivo ao longo de todos os dias é um indicativo de que Pelotas continua tendo a sua raiz cultural muito forte. A praça Coronel Pedro Osório é caminho de passeio para famílias e espaço de lazer. Encontrar-se com a cultura viva das apresentações artísticas e dos livros ao longo dessas três semanas é estimulante. Além disso, abre espaço para a obviedade gritante que é manter o Centro Histórico com eventos e atividades ao longo do ano inteiro.
Já dá um gostinho de saudade ver a Feira do Livro chegando à reta final – encerra domingo –, mas ela deixa sementes plantadas nas milhares de crianças que foram até lá com a família, amigos ou escolas, e nas pessoas que viram, mais uma vez, o quanto pulsa a cultura pelotense. É, mais do que um sucesso, um recado de que Pelotas ama esse tipo de atividade e está sedenta por mais, muito mais.