O dia 12 de novembro é Dia do Psicopedagogo, a profissão de Messina Medina, 39 anos. Ela é pedagoga com experiência no serviço público municipal, onde atua há 15 anos. Especializada em psicopedagogia clínica, com aperfeiçoamento nas áreas de Transtorno do Espectro Autista (TEA), de deficiência intelectual e deficiência intelectual, obteve em 2023 o título de mestre em educação. Desde 2018, trabalha no Centro de Atendimento ao Autista, contribuindo para o desenvolvimento e inclusão de crianças com TEA. Há um ano, Messina concretizou o sonho de ter um espaço de atendimento particular, onde oferece serviço de avaliação psicopedagógica, acompanhamento e suporte educacional especializado em um ambiente simples, acolhedor, afetuoso e profissional.
Como você identifica dificuldades de aprendizagem em crianças e adolescentes?
Em geral, quando o aluno/paciente chega até mim é porque a família e/ou a escola já percebeu que aquela criança apresenta um desenvolvimento e/ou comportamento que difere dos seus pares. Isso é essencial para a identificação das possíveis dificuldades. Meu trabalho é ouvir a demanda da família, acolher suas preocupações, suspeitas, dúvidas e realizar uma avaliação do sujeito. Essa avaliação passa por entrevista com a família, conversa com os professores e outros profissionais que, por ventura, atendem essa criança, e é essencial a visita até à escola para observar a criança in loco, junto aos seus pares. Essa avaliação vai me permitir identificar as lacunas de aprendizagem, compreender as dificuldades que ela enfrenta e identificar as suas causas subjacentes, bem como apontar as potencialidades e individualidades de cada um, compreendendo as questões emocionais, cognitivas e pedagógicas que interagem no processo de aprendizagem.
Quais sinais pais e professores devem observar para detectar dificuldades de aprendizagem ou questões emocionais?
Observar os marcos do desenvolvimento é crucial. A primeira infância (dos zero aos seis anos) é uma fase essencial para diagnóstico precoce de atrasos no desenvolvimento ou, até mesmo, de TEA, por exemplo. Uma dica valiosa é ficar atento aos marcos que a própria carteira de vacinação das crianças apresenta. Ali temos um instrumento completo, para que o desenvolvimento da primeira infância das crianças seja observado. Já na idade escolar, é preciso ficar atento aos comportamentos mais agitados e/ou desatentos.
Como o uso de tecnologia e redes sociais tem afetado o desenvolvimento das crianças?
Eu sou uma defensora da tecnologia e acredito que ela colabora substancialmente para o desenvolvimento ou aperfeiçoamento de inúmeras habilidades. Inclusive, minha dissertação defende essa ideia. Entretanto, há de se ter planejamento, objetivos específicos, clareza naquilo que almejamos com a tecnologia e, acima de tudo, controle parental. Há muitos efeitos positivos no uso das tecnologias, como o acesso ao conhecimento, a interação, a socialização e a comunicação. Ao mesmo tempo em que o uso desenfreado e não supervisionado, pode causar exatamente o oposto: isolamento social, dificuldade em regular as emoções, dificuldade em lidar com frustrações, imediatismo etc.
