O primeiro dia de atendimento para interpor recurso para Auxílio Reconstrução que abrange todas as áreas da cidade foi de muita demanda, dúvidas e indignação de quem já foi pela terceira ou quarta vez apresentar documentos para reverter a situação de indeferimento à verba de R$ 5,1 mil.
A prefeitura informou que o governo mudou o modelo do sistema de cadastro e prorrogou o prazo até o dia 3 de dezembro (antes era até 19 deste mês), o que garante alento para quem acordou cedo e não conseguiu ficha de atendimento.
Mesmo assim, por volta das 9h desta segunda-feira (11), muitas pessoas aguardavam na rua General Osório, em frente ao número 500, na tentativa de conseguir uma ficha. Cadeira de praia foi a solução para evitar o cansaço pela espera. Já a escadaria de acesso ao prédio também serviu de acomodação, uma vez que a sala de espera estava lotada. Com modificações no cadastro do governo federal, os 15 atendentes do Cadastro Único também passaram por adaptações, o que demandou cerca de 30 minutos em média para cada atendimento.
A assessora especial da Secretaria de Assistência Social (SAS), Paola Fernandes, não sabe precisar se vão seguir com os mesmos 150 atendimentos diários, pois vai depender do ritmo e do desempenho do sistema, podendo aumentar ou diminuir esse montante. O que ela garante é que: “se no site gov.br aparecer CPF não cadastrado não adianta procurar atendimento, pois essa fase já terminou. Agora é só para quem teve o auxílio para as moradias atingidas indeferido.” Ela explica ainda que é indispensável que a pessoa se certifique se tem direito a interpor recurso antes de ir ao local retirar a ficha.
Horas na fila
Mesmo assim, todos que recebem ficha passam por triagem antes de serem encaminhados ao atendente. Uma delas foi a dona de casa Anelise de Souza da Vara, 35. Acompanhada do filho Nicolas, de nove anos, e com autismo, ela conta que não tem como madrugar para ficar na fila. E mesmo se garantisse atendimento, o CPF aparece como não cadastrado.
“Eu moro atrás do campo do Osório, perto do condomínio São Gonçalo. A minha casa está em área atingida, mas a prefeitura não me cadastrou”, disse, indignada, a dona de casa que ficou 15 dias em um abrigo durante as cheias de maio. Em situações como a da Anelise, a orientação é procurar a Defensoria Pública.
A cuidadora de idosos Santa Tereza Rodrigues, 58, chegou pouco antes das 8h e aguardava na fila, mesmo sem garantir uma das 150 fichas do dia. Ela mora na rua João Neves da Fontoura, vila Farroupilha, e tenta o auxílio desde o início. “Toda vez que eu venho pedem para vir novamente, ou porque falta um documento ou o cadastro não está certo. Sempre tem uma desculpa”, desabafa.
No caso da aposentada Nilcia Silveira Berneira, de 93 anos, os entraves ficam por conta de ela morar sozinha. “Eu moro sim com muito orgulho”, acrescentou. E por endereço errado, uma vez que existe outra rua José Larroque – nas Três Vendas e não no Areal, como é seu caso -, que não alagou. Ela chegou às 7h e ganhou ficha preferencial. A cadeira ajudou na longa espera pelo atendimento. Já a neta, Natália Berneira, 38, não conseguiu ficha e a mandaram para o fim da fila.
Todos serão atendidos
Com o prazo sendo prorrogado até o dia 3 de dezembro, a assessora especial da SAS garante que todos serão atendidos. “Mas é importante estar com a documentação, como CPF, comprovante de residência de maio e uma declaração de agente público, como UBS ou Defesa Civil que ocupava a moradia em maio. Quem não conseguir esse último, nós verificamos por aqui.”
Na última sexta-feira (8), a prefeitura atendeu 183 pessoas para encaminhamento. Além desse total – 153 com ficha e 30 que retornaram por já terem procurado atendimento, mas com falta de documentação necessária – mais 80 que buscavam informações também foram recebidos.
Fique atento
- O atendimento do público – sede do Cadastro Único, à rua General Osório, 500, das 8h às 14h.
- As fichas começam a ser distribuídas a partir das 8h.
- O prazo vai até dia 3 de dezembro