O grande legado de Paula

Editorial

O grande legado de Paula

O grande legado de Paula
Prefeita recebeu a equipe do A Hora do Sul no gabinete. (Foto: Victoria Fonseca)

Em entrevista na edição de fim de semana do A Hora do Sul, a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) faz um balanço de seus oito anos de gestão. Chama atenção a sobriedade na avaliação de pontos como as carências de sua gestão e da derrota de seu candidato à sucessão, ainda em primeiro turno. A zeladoria e o desgaste da marca de um grupo com 20 anos de governo são dores difíceis de se admitir tão rapidamente. Há nas palavras dela um tom de conformação na necessidade de troca e alternância, naturais em uma democracia saudável, mas cada vez mais raros de serem ditos em voz alta por políticos. E, dentro dessa aceitação democrática, é onde passa o que será o grande legado de Paula Mascarenhas.

Na resposta sobre o Pacto pela Paz, que ela considera seu principal legado, há um outro ponto, quase imperceptível, mas que é motivo de aplausos nos tempos de polarização e política efervescente em que vivemos e que coincidiram com sua gestão. Nas palavras dela, “o trabalho intersetorial e interinstitucional, que se revelou fundamental no enfrentamento das crises, tanto na pandemia quanto na enchente”. Ao juntar diversos setores da sociedade civil e setor público, Pelotas cresceu e resistiu. É um diagnóstico certeiro.

O governo Paula foi marcado por grandes crises que afetaram os serviços e a vida das pessoas. Houve falhas, coisas deixaram de ser feitas e a cidade tem muitos problemas para serem resolvidos após sua gestão. Mas, no cerne dos problemas, Pelotas parou, dialogou e ouviu. Conhecendo o ego dos governantes, é de aplaudir que nestes momentos as decisões não foram monocráticas, mas sim com construção coletiva.

Esse legado de trabalho conjunto com universidades, forças de segurança, lideranças de classe e comunidade deve nortear todo e qualquer governo, mas raramente acontece. Quando a coisa apertou, a administração municipal parou e ouviu quem tinha algo a dizer. Por isso, Pelotas não pode esquecer que sempre que isso foi necessário, deu certo. A democracia se fortalece com mais democracia, e Paula Mascarenhas sempre foi uma extrema democrata, elogio valioso nos tempos atuais.

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