Com 5.885 votos, Fernanda Miranda (PSOL) foi a vereadora mais votada de Pelotas pela segunda eleição consecutiva. Rumo ao seu terceiro mandato, Fernanda, que também foi a primeira vereadora eleita pelo PSOL em Pelotas, comemora a vitória de Fernando Marroni (PT) e, pela primeira vez, não estará na oposição na Câmara.
A vereadora considera o resultado do segundo turno uma grande vitória da unidade da esquerda em Pelotas. “É a primeira vez que o PSOL desiste de ter uma candidatura própria para ter uma candidatura com o PT para enfrentar a extrema direita. Apesar de uma margem muito pequena, a gente conseguiu derrotar esse projeto, que entendemos que não contempla as demandas da classe trabalhadora, das mulheres, das pessoas LGBT, que todos os dias têm lutado pela própria sobrevivência”, diz.
Fernanda avalia que a conquista eleitoral, no entanto, não é uma garantia de que as pautas da esquerda estão garantidas, e que é necessário continuar construindo com a base de apoio.
“A gente não faz nada sem estar junto com as pessoas. Entendemos esse espaço de governo como um espaço de abertura de diálogo, que a gente não teve durante todo esse período que a direita governou Pelotas”, afirma. “As pessoas precisam seguir lutando pela coletividade, não podem deixar de fazer isso, mas nós teremos um governo que vai estar aberto ao diálogo e à transparência”.
A parlamentar atribui a vitória com votação expressiva à aprovação que os eleitores têm ao seu trabalho na Câmara. “Desde o momento que entrei na Câmara, tentei sempre fazer diferente, o que quando eu não era vereadora achava que tinha que ser feito. A gente sabe que esse espaço não vai revolucionar nossa sociedade, mas conseguimos trazer elementos para mostrar que existe outra lógica”, avalia.
As principais pautas defendidas por Fernanda no parlamento são a educação e o direito das mulheres e pessoas LGBTQIA+, mas ela destaca o meio ambiente como uma prioridade para o futuro mandato. “A principal bandeira do nosso planeta hoje é o meio ambiente. É uma pauta que interfere na vida de todos nós e é transversal em todas as outras lutas. Cada vez mais a gente vê os desastres climáticos, e se não modificarmos nossa forma de viver e nossa legislação, se não tivermos uma educação ambiental profunda, vamos padecer todos”, diz.
Sobre as articulações para a presidência da Câmara, Fernanda afirma que a decisão está em fase de diálogos e que deve haver independência entre os poderes. Defende que a presidência da Câmara não deve sofrer interferência do Executivo. “Precisamos de uma Câmara que funcione pro povo, que não fique nessa coisa de segurar projetos e ficar negociando”, diz.
