Nesta semana, os estoques de sangue do Hemocentro Regional de Pelotas (Hemopel) entraram em estado crítico. São necessárias doações de todos os tipos sanguíneos, mas essencialmente os O+ e O-, em que as bolsas estão 90% abaixo da capacidade normal para atender a demanda de pacientes. A escassez de doações prejudica os atendimentos de emergência nos hospitais e acarreta na suspensão de cirurgias eletivas.
Por serem sangue universal, as tipagens Os são utilizadas principalmente em casos de urgência e emergência devido a falta de tempo para constatar o tipo sanguíneo do paciente para a transfusão. Com a demanda mais alta e a queda de alguns dias no número de doadores, frequentemente os estoques estão em estado crítico. “Isso faz com que a gente tenha um menor número de bolsas de O”, ressalta a assistente social do setor de captação do Hemopel, Márcia Lages.
O Hemocentro de Pelotas atende três grandes hospitais (Hospital Universitário São Francisco de Paula, Beneficência Portuguesa e Pronto Socorro), além de 23 municípios da região Sul. “Geralmente quando a situação crítica se estende são canceladas as cirurgias eletivas nos hospitais. Nesse momento, tem pessoas precisando de sangue para realizar os seus procedimentos”, diz sobre o impacto em um grande número de pacientes.
Procedimento rápido
Para a doação, o recomendável é que o doador tenha reservado apenas 40 minutos do seu dia. Esse é o tempo necessário para passar pela entrevista de triagem, pela coleta de sangue e pelo lanche. “A gente nunca sabe quem vai precisar e quando vai precisar. A gente gostaria que tivesse conscientização da população, que doe mesmo que não tenha nenhum conhecido precisando”.
A inspiração de quem doa
Uma das pessoas que dedica esses minutos do seu dia pelo menos a cada seis meses para doar sangue, mesmo sem nunca ter tido um familiar que necessitasse é Stivenson Westendorff. Na tarde de desta quinta-feira (7), ele estava aguardando para realizar mais uma coleta.
“Eu doo seguido para ajudar o próximo, isso faz uns cinco anos”. O doador reforça que o processo é rápido e tranquilo. “A gente sai daqui normal e é super rápido, em torno de meia horinha”.
Também aguardando para doar, Júlio Gonçalves conta que fazia algum tempo já que não ia ao Hemocentro, mas que realizava a doação no Hospital Santa Casa de Misericórdia, que também tem banco sanguíneo. “Sempre quando dá um tempinho eu venho e faço a doação é quase uma rotina anual”.
Para doar
No dia da doação, o candidato precisa estar alimentado, ter dormido pelo menos seis horas na noite anterior e não ter ingerido bebida alcoólica nas últimas 12 horas. Homens podem doar a cada dois meses, no máximo quatro vezes por ano. Mulheres a cada três meses, até três doações anuais.
Podem doar pessoas consideradas saudáveis, sem sintomas gripais, entre 16 e 69 anos, com peso superior a 50 quilos. Adolescentes (16 e 17 anos) precisam ter autorização dos responsáveis legais.
Em caso de contato com pessoas com doenças transmissíveis, como Covid ou Influenza, é importante fazer um intervalo para confirmar que não contraiu.
Quem teve uma dessas doenças pode doar dez dias após ser considerado curado. Após se submeter a vacinas também é necessário aguardar – no caso de vacina da gripe e da CoronaVac, dois dias; para as demais vacinas contra a Covid-19, são necessários sete dias de intervalo.
Onde doar
O Hemocentro fica no prolongamento da avenida Bento Gonçalves, 4.569, próximo ao Colégio Municipal Pelotense. O telefone para outras informações é o (53) 3288-9193, ou pelo WhatsApp (53) 98156-1209.
O atendimento para doações é feito de segunda a sexta-feira das 7h30min às 18h, sem fechar ao meio-dia. A legislação garante folga aos trabalhadores no dia da doação.