O novo programa de segurança pública apresentado nesta segunda-feira (4) pelo governo do Estado traz boas expectativas para uma ofensiva contra o crime organizado em solo gaúcho. Alguns pontos têm clara inspiração no Pacto Pelotas pela Paz, como a descapitalização e isolamento de líderes criminais.
São aspectos que funcionaram muito bem aqui e devem servir de exemplo para o restante do Estado. É muito positivo ver este movimento e espera-se que os resultados sejam similares. Se forem, é um avanço significativo para o Rio Grande do Sul.
Endurecer as medidas é fundamental no combate à criminalidade. Todos que obtiveram o mínimo de sucesso nessa guerra partiram por isso. Se uma vitória por completo hoje em dia nem é sequer cogitada, a saída é pela atenuação.
E isso se dá pela pressão sobre as lideranças, que coordenam os seus comandados e aliviam as ações. A descapitalização é historicamente outro caminho óbvio e necessário. Sem dinheiro, as facções padecem e colapsam. É assim em todas as grandes operações de sucesso mundo afora.
O positivo é notar que, mesmo sem ser mencionado, o Pacto Pelotas Pela Paz certamente serviu de inspiração para isso. Embora a derrota nas urnas traga marcas negativas para o atual governo, em termos de política pública, essa é a principal medida adotada na cidade em décadas.
Saíamos da centena de mortes violentas para menos da metade disso na no passado. É um avanço e tanto. O Estado, se atingir um patamar minimamente parecido, sai vitorioso desse programa.
O Pacto vai continuar, conforme confirmou o novo prefeito, Fernando Marroni (PT) e esse é um movimento fundamental para que se haja sequência em políticas públicas de sucesso. Seu governo certamente implementará programas que terão bons resultados e, naturalmente, será seu desejo que o sucessor futuro também os mantenha.
É uma medida republicana e que, acima de tudo, garante projetos de cidade indo muito além dos de governo. Com isso, todos ganham. Que o programa estadual também funcione assim e vá além da gestão atual, caso funcione.